Lavrov expressa otimismo cauteloso sobre trégua na Ucrânia
Moscou, 13 set (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse neste sábado que por enquanto a trégua está sendo cumprida no leste da Ucrânia e expressou um otimismo cauteloso sobre a evolução e a possibilidade de se transformar em um cessar-fogo durável.
“Hoje, segundo nossa avaliação e a opinião dos observadores da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) a trégua em geral está sendo cumprida, embora haja violações, que graças a Deus não são significativas”, disse o chanceler russo em uma entrevista ao canal de televisão “TVTs”.
Lavrov admitiu que periodicamente ocorrem tiroteios de ambos os lados, mas recalcou que “por enquanto o processo de estabelecimento de uma trégua duradoura não foi abortado”.
“Não quero me expressar com demais otimismo, porque há gente que gostaria de acabar com este processo e devolver a situação ao plano militar”, disse Lavrov.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, os principais interessados em continuar com a guerra são os destacamentos de voluntários criados pelos oligarcas ucranianos que não se subordinam a Kiev e que veem nas Forças Armadas da Ucrânia um “aliado temporário”.
Lavrov insistiu que a Rússia não é parte do conflito nas regiões orientais da Ucrânia.
“Estamos interessados que Ucrânia seja um país amigo, forte e florescente, mas são os próprios ucranianos que devem resolver sobre sua organização administrativa”, acrescentou.
Segundo o chefe da diplomacia russa, o mais importante para Moscou e para a segurança europeia é que a Ucrânia mantenha seu status neutro, de não adesão aos blocos militares, referendado em sua Constituição.
Lavrov lembrou que o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, lançou a iniciativa de renunciar à política de não adesão aos blocos militares justo no dia 5 de setembro, quando em Minsk era assinado o acordo de cessar-fogo.
“Acho que ele (Yatseniuk) empenha esforços em interesse daqueles que querem colocar uma cunha entre russos e ucranianos, entre Rússia e Ucrânia, e não em interesse de seu próprio povo”, opinou. EFE
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