Lavrov nega envolvimento da Rússia em mortes no Maidan

  • Por Agencia EFE
  • 04/04/2014 10h24
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Moscou, 4 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, negou nesta sexta-feira o envolvimento do país no assassinato, em fevereiro, de mais de 100 manifestantes no Maidan (Praça da Independência em Kiev), coração dos protestos antigoverno.

“Não temos, nem podemos ter, nada a ver com esses crimes”, alegou Lavrov em entrevista coletiva.

O chefe da diplomacia russa, segundo o qual as autoridades ucranianas “aproveitaram os fatos de 20 de fevereiro para tomar o poder e dar um golpe de Estado”, afirmou que Kiev não se dirigiu à Rússia com nenhum pedido a respeito.

O chanceler também acusou à Ucrânia de ignorar outras versões independentes sobre a procedência dos franco-atiradores que atiraram contra os manifestantes, à parte da qual foi divulgado ontem em Kiev sobre que pertenciam às forças especiais “Alfa”.

Lavrov assegurou que Moscou dispõe de informação sobre que alguns franco-atiradores poderiam pertencer à organização ultranacionalista Setor de Direitas, considerada a força de choque durante os distúrbios em Kiev.

As autoridades ucranianas envolveram ontem nos preparativos da repressão dos protestos o Serviço Federal de Segurança (FSB, antiga KGB) da Rússia.

O chefe do Conselho de Segurança da Ucrânia (SBU, em ucraniano), Valentín Nalivaichenko, acusou dois grupos do FSB, de 26 e 6 membros cada um, de participar da operação antiterrorista anunciada em 19 de fevereiro pelo próprio SBU e que desembocou no massacre do dia 20 no Maidan.

“Temos motivos para considerar que precisamente estes grupos que se encontravam em um dos polígonos do SBU tomaram parte no planejamento e realização das medidas emolduradas na chamada operação antiterrorista”, disse.

Nalivaichenko acrescentou que o FSB inclusive enviou “toneladas” de explosivos e armas à Ucrânia.

“Para nós é muito importante a resposta do Comitê de Instrução da Rússia”, disse.

A maioria de manifestantes teria sido morto por disparos de franco-atiradores do destacamento especial “Alfa” armados com fuzis de fabricação alemã e apostados em vários edifícios do Maidan (como é conhecida Praça da Independência de Kiev). EFE

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