Legisladores republicanos condenam “perigosa” decisão de Obama sobre Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 14/04/2015 21h31
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Washington, 14 abr (EFE).- Vários legisladores, a maioria de origem cubana, condenaram nesta terça-feira a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, por considerar que isso envia uma “mensagem perigosa”, e que esse país ainda abriga fugitivos americanos.

O presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner; o senador republicano e pré-candidato à presidência do país Marco Rubio; o senador democrata Bob Menéndez; a congressista republicana Ileana Ros-Lehtinen e o legislador republicano Mario Díaz-Balart foram alguns dos membros do Congresso que lamentaram a medida.

“Estou decepcionado que a Casa Branca pareça decidida a recompensar o regime dos Castro, que têm um claro histórico de repressão em seu país e de exportar violência para o resto da região”, disse Boehner.

Rubio, por sua vez, afirmou que a decisão de eliminar Cuba da lista elaborada anualmente pelo Departamento de Estado “vai mandar uma mensagem muito perigosa aos inimigos e aos terroristas”.

“A decisão da Casa Branca é lamentável, mas não me surpreende. Cuba, sem dúvida, é um país que apoia o terrorismo”, disse Rubio em mensagem de vídeo.

Cuba tem “fugitivos da Justiça americana vivendo no país, pessoas que roubaram dinheiro do Medicare, inclusive alguém que assassinou um policial nos Estados Unidos há 40 anos; e, por outra vez, ajudou a Coreia do Norte a evadir de sanções internacionais”, acusou Rubio.

Díaz Balart identificou dois dos fugitivos americanos em Cuba como JoAnn Chesimard e William Guillermo Morales, ambos procurados pelo FBI.

Morales é um independentista porto-riquenho sentenciado a dez anos de prisão em 1979 por fabricar bombas e que conseguiu fugir para o México e em seguida para Cuba, segundo o site do FBI.

JoAnn, que agora se chama Assata Shakur, está na lista dos terroristas mais procurados pelo FBI por assassinar um agente estadual em 1973 em Nova Jersey quando ainda fazia parte do grupo Panteras Negras. Condenada à prisão perpétua, teria fugido para Cuba, onde ainda viveria.

Menéndez, que representa o estado de Nova Jersey, afirmou que “não há justificativa nem pêsames hoje à família do agente Werner Foerster”, assassinado por JoAnn.

“Esta decisão de tirar Cuba da lista de Estados patrocinadores de terrorismo envia a mensagem de que se pode continuar a ser cúmplice, como Cuba foi, da Coreia do Norte e da China, no tráfego de aviões, mísseis e outras armas, violando diretamente resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, disse Menéndez.

Em seu comunicado, Menéndez opinou também que “os terroristas bascos procurados na Espanha (da organização terrorista ETA) e membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) podem agora contemplar Cuba como um lugar de refúgio”.

Já Ros-Lehtinen sustentou em comunicado que a decisão se baseia “na política e não nos fatos, e minará a segurança nacional dos Estados Unidos”.

Após a decisão anunciada hoje por Obama, o Congresso tem 45 dias para estudá-la e, caso haja desacordo, pode apresentar um projeto de lei para tentar revogá-la.

Obama poderia vetar esse projeto de lei e, nesse caso, seria necessária uma maioria de dois terços nas duas câmaras para derrubar veto, quantidade de votos muito difícil de reunir. EFE

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