Leilão da Aneel teve deságio médio de 13,18%
Apesar de cinco dos 13 lotes disponibilizados em leilão de linhas de transmissão e subestações hoje (9) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não terem tido vencedores, o diretor do órgão, Reive Barros dos Santos, avaliou que o resultado foi um sucesso, pois os valores econômicos dos empreendimentos sem propostas são pouco expressivos. “Demandamos R$ 4,3 bilhões em investimentos e conseguimos R$ 3,5 bilhões. Do ponto de vista econômico, a diferença é muito pequena”, declarou. A previsão do próximo leilão de transmissão é setembro deste ano.
Ele apontou que houve um deságio médio de 13,18%. “A maioria das propostas foi próxima ao valor da RAP [Receita Anual Permitida de Referência] definida. Isso mostra que nossa avaliação de preço estava próxima ao que mercado se propõe a ofertar”, avaliou. O representante do Ministério de Minas e Energia, Moacir Bertol, considerou o percentual do deságio significativo. “Os lotes não ofertados vão ser reavaliados e entrarão novamente em leilão.”
Reive Santos informou que os empreendimentos que não despertaram interesse podem ser aglutinados para que consigam atrair investimentos em próximos leilões. Os cinco lotes sem vencedores foram o A, H, I, J e L. O Lote A, que disponibilizou três linhas de transmissão e duas subestações no estado do Pará, teve cinco proponentes com RAP de R$ 38.745.780/ano. Também no Pará, o Lote H, referente a três linhas de transmissão e uma subestação, também não teve vencedores. O valor máximo era R$ R$ 33.591.630.
No Lote I, seis proponentes recusaram a RAP de R$ R$ 21.652.470,00. Estavam disponíveis uma linha de transmissão e três subestações no estado de Mato Grosso. Uma linha de transmissão no Maranhão e no Piauí, ofertadas no Lote J, também não teve vencedores. As quatro empresas habilitadas não apresentaram proposta válida. O valor máximo era R$ 5.516.700. Entre os três proponentes habilitados para o Lote L, que disponibilizou duas linhas de transmissão e uma subestação em Minas Gerais, nenhuma apresentou proposta. A RAP era R$ R$ 15.312.180.
Os maiores deságios (36,09% e 23,24%) foram registrados nos lotes vencidos pela Cymi Holdinh, D e E. Perguntado se o deságio médio de 13,18% poderia ser considerado positivo, já que a maior parte da média é resultado da proposta de uma empresa, o diretor da Aneel disse que o resultado do certame não pode ser avaliado apenas por esse componente. “Temos a expectativa de estabelecer a modicidade tarifária, então esses preços em nível de RAP são calculados com objetivo, além de avaliar o valor médio do mercado, [de analisar] o impacto que ele tem na tarifa”, explicou.
Ele destacou que, se o interesse fosse apenas ter um valor de arremate menor que a RAP definida, a estratégia seria outra. “Pelo contrário, procuramos colocar valores que representem a expectativa da média do mercado e consiga chegar ao valor, consequentemente dando a sinalização de que estamos tentando reduzir ao máximo possível o valor para que se estabeleça a modicidade tarifária”, declarou. Reive ponderou, no entanto, que isso está sujeito às estratégias de mercado.
No leilão, ocorrido hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), além dos cinco emprendimentos que não tiveram ofertas, dois não registraram deságio e um teve um lance vencedor elevado em apenas 1%.
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