Leite, feijão e batata surpreendem Fipe, que eleva previsão para inflação em SP

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/06/2016 13h15
Arquivo/Agência Brasil frutas

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revisou, nesta sexta-feira (17), a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), no fechamento de junho, por causa de aumentos maiores do que o previsto em leite, feijão e batata. Agora, a instituição estima que o indicador, que mede a inflação na cidade de São Paulo, encerre o mês em 0,52%. Na semana passada, a estimativa era de alta de 0,48%. 

Na segunda quadrissemana de junho, o IPC manteve a mesma taxa de variação de 0,40% em relação a igual intervalo anterior, “a previsão está relacionada com o excesso de chuvas em regiões produtoras e o excesso de frio”, argumentou Moacir Mokem Yabiku, gerente técnico de Pesquisas do IPC da Fipe, “não esperávamos altas tão fortes em leite, feijão e batata. São todos alimentos básicos das famílias.”

Uma das principais ameaças ao orçamento doméstico nos últimos dias, a alta de 12,34% do feijão, contribuiu com 0,06 ponto porcentual dos 0,40% registrados pelo IPC nesse período junino. Yabiku destaca que, na comparação com a segunda semana de maio, o grão apresenta alta de 32,78%, “a segunda safra do feijão não deve ser muito boa no Sul por causa da geada. Isso nos sugere que os preços ao consumidor devem subir ainda mais”, analisa.

A contribuição do leite longa vida no IPC foi de 0,07 ponto porcentual. Na quadrissemana, o item subiu 7,13%, “já há um comportamento sazonal de alta de preços do leite no inverno, pois aumenta os custos do produtor, mas este excesso de chuvas nas últimas semanas pode estar comprometendo a oferta”.

Já a alta de 15,53% da batata teve peso de 0,04 ponto porcentual no IPC da semana.

Além do avanço destes três produtos, o analista destacou dois itens que tiveram reajuste autorizado desde maio, já que outros produtos, como a água, subiram 6,12% entre a primeira e a segunda quadrissemana de junho e foi o item de maior peso na alta do IPC, com contribuição de 0,10 ponto porcentual, “isso é reflexo do recente reajuste de água e esgoto em São Paulo. Ainda devemos ter impacto nas próximas quadrissemanas”.

Porém, o cigarro, cuja alta de 6,85% impactou em 0,08 ponto porcentual do IPC nesta quadrissemana, com o fim do efeito do reajuste, deve fechar em baixa.

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