Leopoldo López denuncia Maduro por mortes em protestos de 12 de fevereiro
Caracas, 30 set (EFE).- O político opositor Leopoldo López, processado pelos incidentes violentos ocorridos durantes os protestos de 12 de fevereiro na Venezuela, encaminhou nesta terça-feira ao Ministério Público uma denúncia contra o presidente do país, Nicolás Maduro, e o ministro do Interior, Miguel Rodríguez, por duas mortes ocorridas naquele dia.
“Leopoldo apresentou uma denúncia contra o presidente Maduro e o ministro do Interior, Rodríguez Torres, por considerar que as provas da investigação da Promotoria demonstram que o verdadeiro responsável pelas mortes de Bassil Dacosta e Juan Montoya é o presidente da República”, informou à Agência Efe o advogado de López, Juan Carlos Gutiérrez.
A denúncia também incluiu o então diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), Manuel Gregorio Bernal Martínez.
Bassil Dacosta estava entre um grupo de pessoas que se separaram de uma marcha pacífica realizada em Caracas no dia 12 de fevereiro por oposicionistas e universitários, e morreu após ser atingido por um tiro na cabeça.
Neste dia também morreu Juan Montoya, membro de um coletivo chavista, ao ser baleado em Caracas. Os incidentes de 12 de fevereiro incluíram o ataque à sede da Procuradoria-Geral e a queima de carros da polícia em Caracas.
Dias depois o Ministério Público informou sobre a detenção de cinco funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) por sua suposta vinculação com a morte de Montoya.
Maduro, em 21 de fevereiro, confirmou a prisão dos funcionários e advertiu então para a presença de “possíveis infiltrados”, lembrando que neste dia membros do Sebin descumpriram a ordem direta para que se mantivessem nos quartéis.
Em abril, o Ministério Público acusou formalmente oito membros das forças de segurança pela morte de Dacosta.
O Ministério Público também acusou Hermeregildo Barreira Niño, membro de um grupo chavista, por responsabilidade no assassinato de Juan Montoya.
O advogado de Leopoldo López afirmou que “há muitas evidências” de que tanto Maduro como Rodríguez Torres “tinham conhecimento” e que “de alguma maneira” os detidos “são pessoas subordinadas” a eles.
López é acusado pelos crimes de instigação pública, formação de quadrilha, danos à propriedade e incêndio durante os episódios de violência que ocorreram ao fim de uma marcha em 12 de fevereiro, em uma jornada que terminou com três mortos e dezenas de feridos e detidos.
Neste dia se iniciou uma onda de protestos no país que se estendeu por quatro meses e que deixou um balanço oficial de 43 mortos e centenas de feridos. EFE
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