Letônia assume presidência semestral da União Europeia

  • Por Agencia EFE
  • 01/01/2015 14h29
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Riga, 1 jan (EFE).- A Letônia assumiu nesta quinta-feira a presidência semestral rotatória da União Europeia com uma pequena cerimônia oficial e em meio a uma controvérsia na imprensa local sobre o quanto isso custará ao país.

Antes da troca na presidência da UE, que passou da Itália para a Letônia, o presidente do país báltico, Andris Berzins, declarou a jornalistas que pensava que o custo de 100 milhões de euros no orçamento para este semestre era “excessivo”, algo que a secretaria para a presidência do bloco negou.

Os escritórios da Secretaria para a UE na recém-inaugurada Biblioteca Nacional em Riga surpreenderam os visitantes por sua moderna estrutura de alumínio e vidro.

Um estudo da auditora internacional KPMG calculou o lucro da presidência da UE para a economia letã em um total de 64,5 milhões de euros.

A presidência garantirá um aumento da receita por impostos, promoverá a criação de empregos, aumentará a renda dos habitantes, afetará de maneira positiva o turismo e melhorará a capacitação profissional das instituições públicas, segundo o estudo.

A presidência da Letônia da UE será inaugurada oficialmente em 8 de janeiro, com uma reunião em Riga do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e membros da Comissão Europeia.

A partir de então, estão previstos diversos encontros por mês, tanto em Riga como em Bruxelas. As principais cúpulas e conferências ocorrerão no final do semestre, à espera de melhores temperaturas na primavera e no início do verão.

Entre os pontos mais destacados da agenda, são esperadas tensas e delicadas negociações com Rússia e Ucrânia sobre a crise entre os dois países e o suposto apoio russo aos rebeldes do leste ucraniano.

No dia 19 de janeiro será realizado um conselho de ministros de Relações Exteriores que incluirá “uma ampla discussão sobre as relações com a Rússia”, segundo Karlis Eihenbaums, secretário de imprensa do ministro letão da pasta, Edgars Rinkevics.

Eihenbaums também informou que Rinkevics desempenhará um papel direto na busca de uma solução para o conflito entre Ucrânia e Rússia.

“Já em janeiro, e em cooperação e coordenação com Federica Mogherini, a alta representante da União Europeia para política externa e segurança, Rinkevics planeja visitas de trabalho a Moscou e Kiev para encontrar uma possível saída à crise”, disse.

O embaixador russo em território letão, Alexander Veshnyakov, disse recentemente que 2014 foi um dos piores anos na relação entre Letônia e Rússia nos últimos 20 anos e citou as sanções da UE contra a Rússia pela crise da Ucrânia como o fator de piora.

Eihenbaums classificou a situação na Ucrânia como um “conflito militar que alterou as fronteiras nacionais, no qual a população sofre inocente, foram violados os direitos de nações inteiras, ameaças são feitas e, portanto, a confiança é enfraquecida”.

Entre os principais encontros, os de maior destaque são as reuniões entre os ministros de Emprego e Assuntos Sociais e de Saúde e Consumo em março e em junho.

Segundo Ilze Russe, diretora do Departamento Europeu do Ministério das Relações Exteriores letão, na reunião de junho será discutido o desemprego de longa duração e o impacto sobre os jovens e incapacitados.

Outro assunto do semestre será a política europeia de vizinhança, que culminará em uma cúpula de parceria oriental em Riga, no dia 25 de maio. Na ocasião, também serão debatidos os problemas enfrentados pelos países do sul da Europa geograficamente próximos a zonas em conflito do norte da África e do Oriente Médio.

Junto a estas questões, a “Europa digital” tem um interesse especial para com a Letônia. Os letões desfrutam da quarta internet mais rápida da UE e isso, segundo Russe, dá credibilidade para que organizem reuniões de alto nível, como a “assembleia da agenda digital” que será realizada na capital, no dia 17 de junho. EFE

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