Leung vê “zero possibilidade” que reivindicações pró-democracia se cumpram
Hong Kong, 12 out (EFE). – O chefe do governo de Hong Kong, Leung Chun-ying, disse neste domingo que as reivindicações do movimento pró-democracia que geraram protestos na cidade há 15 dias têm “zero possibilidade” de se cumprir.
Durante uma entrevista à emissora local “TVB”, Leung se referiu à impossibilidade de atender as demandas dos manifestantes, algo que demandaria reformar a Lei Fundamental – a Constituição de Hong Kong – e anular a decisão adotada pela Assembleia Nacional Popular (ANP) chinesa.
Em 31 de agosto, a ANP decidiu deixar nas mãos de um comitê próximo ao regime a seleção dos candidatos para a chefia do governo de Hong Kong em 2017, o que incitou os estudantes a iniciar a “revolução dos guarda-chuvas”, como popularmente é chamado este movimento, que completa 15 dias.
Para Leung, que rejeitou qualificar as ações de revolucionárias, os protestos não irão durar muito mais tempo. O líder reiterou, como fez em 2 de outubro em sua primeira aparição pública desde que as manifestantes começaram, que não renunciará.
“Minha renúncia não resolverá o problema, já que o que pedem depende de uma decisão tomada pela Assembleia Popular Nacional”, explicou no programa.
Da Federação de Estudantes, uma das organizações que lidera o movimento, seu secretário-geral, Alex Chow, respondeu a Leung dizendo que deve ser o governo quem deve se mexer e atuar agora, e não os estudantes.
Os líderes estudantis à frente da revolta popular enviaram uma carta aberta ao presidente da China, Xi Jinping, na qual pedem uma reforma do sistema eleitoral da ilha que ofereça igualdade de direitos para todos.
Além disso, pediram a devolução do princípio “um país dois sistemas”, como se reconhece a relação entre Hong Kong e China, e que teoricamente dá à ex-colônia britânica ampla autonomia com relação ao regime comunista. EFE
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