Levy prevê recuperação lenta no Brasil e defende estratégia de longo prazo
Washington, 1 jun (EFE).- O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se mostrou cauteloso ao afirmar nesta segunda-feira que prevê uma “recuperação lenta” para o país, e defendeu o plano de ajuste fiscal lançado pelo governo como “uma estratégia de longo prazo” que busca recuperar a “confiança” na economia brasileira.
“Vai ser uma recuperação lenta, por isso precisamos de uma nova economia. Nossa estratégia é de longo prazo, o mundo atual vai se manter”, afirmou Levy em uma conferência sobre os desafios da América Latina na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.
Levy se referia assim ao novo contexto de arrefecimento da China e de menor demanda global, assim como às previsões de encarecimento do crédito com a eventual alta das taxas de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed).
Por isso, em sua intervenção, o ministro voltou a defender o plano de ajuste fiscal lançado pelo governo para equilibrar as contas públicas e com o qual o governo brasileiro pretende retomar o crescimento em 2016.
Levy, que trabalhou no FMI entre 1992 e 1999 no Departamento do Hemisfério Ocidental, reconheceu que “nos últimos anos havia uma grande incerteza sobre o futuro econômico do Brasil, e por isso o investimento caiu, e vai levar um tempo até que volte a crescer”.
“Não se trata de dar mais estímulo (fiscal), se não quiser que as pessoas se sintam mais confiantes no contexto atual”, argumentou, ao defender a série de medidas propostas ao legislativo para reorganizar a situação fiscal.
O ministro, nomeado pela presidente Dilma Rousseff como um afago aos mercados por sua ortodoxia econômica, apostou em simplificar o sistema tributário para reduzir isenções, melhorar as regulações e oferecer mais transparência.
Além disso, defendeu uma maior vocação comercial como elemento modernizador da economia, e usou as recentes aproximações com a União Europeia (UE) e com o México como exemplo.
“Se oferecemos mais concorrência e mais eficiência vamos ter resultados. E como consequência, nosso crescimento potencial será elevado”, disse em um painel em que estava acompanhado por David Lipton, assessor especial da diretora-geral do FMI; e Nathan Sheets, subsecretário para Assuntos Internacionais do Tesouro dos Estados Unidos.
A economia brasileira se contraiu 0,2% no primeiro trimestre de 2015, resultado que indica um panorama negativo para este ano, quando o governo prevê uma queda de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Levy também aproveitou sua visita a Washington para se encontrar com o secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew. EFE
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