Líbano exigirá visto aos sírios pela primeira vez desde a independência
Beirute, 3 dez (EFE).- Com a intenção de conter o fluxo de refugiados, pela primeira vez na história o Líbano exigirá aos cidadãos sírios que quiserem entrar no país a obtenção de um visto a partir de segunda-feira.
A decisão foi anunciada neste sábado pela Segurança Nacional, que explicou que no visto será determinado o motivo da visita ao país.
Calcula-se que mais de 1,2 milhão de sírios, entre refugiados e emigrantes, vivem no Líbano. Segundo as autoridades libanesas, o país não pode mais suportar mais essa quantidade.
Os vistos, divididos em seis categorias, serão concedidos nas passagens das fronteiras e não na embaixada do Líbano em Damasco.
Haverá um visto temporário para negócios ou turismo, para o qual os interessados deverão apresentar diversos documentos, entre eles uma reserva de hotel, e provar que levam o equivalente a US$ 1 mil.
Os estudantes que desejarem continuar seus estudos no Líbano obterão primeiramente um visto de sete dias para que possam se matricular em uma universidade e, uma vez conseguido o documento de inscrição, poderão obter um visto de maior duração.
Também é contemplada a entrega de vistos por um período de 48 horas para os que estiverem de passagem pelo Líbano e possam provar. Além disso, poderão desfrutar de uma permissão de dois dias os sírios que tiverem assuntos para resolver em uma embaixada estrangeira.
As autoridades alfandegárias expedirão um visto de 72 horas para as pessoas que viajarem ao país com o objetivo de receber tratamento médico.
Por último, será concedida uma permissão de estadia com validade de quatro dias aos sírios que não se encaixarem nas categorias anteriores. Para conseguir essa autorização, precisarão viajar com uma carta assinada por um cidadão libanês que se considere responsável deles durante a estadia no Líbano.
Desde a independência da Síria e do Líbano na década de 1940, os cidadãos de ambos os países podiam viajar livremente em ambos os sentidos apresentando documentos nacionais de identidade.
Em outubro, após a contínua chegada de sírios que fogem da guerra civil instaurada no país em 2012, o ministro de Assuntos Sociais, Rachid Derbas, anunciou que só seria permitida a entrada por “motivos humanitários”.
Em entrevista à imprensa local, o embaixador da Síria no Líbano, Ali Abdel Karim Ali, indicou que as autoridades de seu país compreendiam a medida, mas explicou que “a entrada e a saída dos sírios deverão ser feitas em coordenação entre ambos os Estados”. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.