Líbano fecha ferida de guerra com retorno de cristãos a seu povo

  • Por Agencia EFE
  • 17/05/2014 13h34

Beirute, 17 mai (EFE).- O Líbano fechou neste sábado as feridas de uma década e meia de guerra (1975-1990) que ensanguentaram o país com o retorno à aldeia de Brih, na região central de Chuf, dos moradores cristãos que haviam sido expulsos há três décadas.

O presidente do Líbano, Michel Suleiman, presidiu a cerimônia de reconciliação druso-cristã, na qual participaram também o patriarca maronita, Bechara Rai, o líder druso Walid Jumblatt, e a ministra para Assuntos de Deslocados, Alice Chaptini, além de moradores da região.

“O Líbano sempre foi a vítima da guerra dos outros. Nossas experiências passadas nos ensinaram a nos manter à distância dos conflitos regionais”, disse o chefe de Estado.

Suleiman, cujo mandato está a ponto de terminar, defendeu no ato que “só o Estado, especialmente o Exército libanês, deve possuir o monopólio das armas para poder defender a pátria e poder fazer retornar os deslocados a seus lares”.

Em 1983, como consequência da invasão israelense iniciada um ano antes, sangrentos combates enfrentaram cristãos e drusos nas montanhas do Chuf, que terminaram com a expulsão de centenas de milhares dos primeiros dessa região do centro do Líbano.

Jumblatt declarou que com a reconciliação em Brih “se fecha a última ferida da guerra dos outros sobre nossas terras”, ao mesmo tempo em que ressaltou a importância da presença cristã nessa região, onde a reconciliação foi iniciada em 2001 com a visita do patriarca maronita Nasrallah Sfeir.

“A reconciliação é a melhor realização para terminar um mandato presidencial”, afirmou, por sua vez, o atual patriarca maronita, que insistiu na necessidade de escolher um presidente antes de 25 de maio em conformidade com a Constituição.

O parlamento fracassou em quatro oportunidades para escolher um sucessor para Suleiman, pelas profundas divergências políticas entre as Forças de 14 e 8 de Março, contrárias e partidárias do regime sírio.

A cerimônia terminou em Brit com a colocação da primeira pedra de duas novas igrejas nesse povo, que antes da guerra congregava a entre 25 e 30 famílias cristãs. EFE

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