Líbano lembra início de guerra civil para que erros do passado não se repitam

  • Por Agencia EFE
  • 13/04/2015 17h11
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Beirute, 13 abr (EFE).- Centenas de pessoas se reuniram nesta segunda-feira, 40 anos depois do início da guerra civil no Líbano (1975-1990), no Museu de Beirute, para pedir que os erros do passado não se repitam.

Muitos políticos também se pronunciaram sobre a importância de o país não esquecer as experiências que viveu e não se envolver em crise alheias.

No Museu de Beirute, estudantes, artistas, ativistas da sociedade civil e religiosos responderam ao convite da ONG “Dar Alegria”, que organizou a manifestação “Voltar a dar cores ao Líbano”.

Uma bandeira com as cores do arco-íris, um mapa do Líbano de um lado, e de outro uma representação do parlamento com a inscrição “128 que não dão cores” foram exibidos na entrada do museu.

A mensagem se refere aos membros do parlamento que não foram capazes de escolher o presidente do país, posto que está vago há quase um ano, desde 25 de maio, por desavenças entre eles.

O ato esteve marcado por danças com as quais crianças representaram sua rejeição à guerra.

Além disso, um esquete mostrou um pai explicando à sua filha o porquê da guerra, para que não os erros cometidos por quem participou do conflito não voltem a se repetir.

Outras manifestações semelhantes aconteceram em várias partes do país, uma dela na sede do Ministério da Educação.

Alguns políticos também lembraram a data.

O líder druso Walid Jumblatt reconheceu que sua atuação no conflito armado não foi “equilibrada nem objetiva”.

“Representei uma das facções encorajada pelo ódio e pelo fanatismo”, disse, em alusão à ex-milícia cristã Forças Libanesas.

“Aconselho meu filho Taymur (que o sucederá em maio como deputado e líder de sua comunidade) e aos jovens libaneses que desconfiem da violência e da ignorância”, disse Jumblatt.

O ex-primeiro-ministro Saad Hariri declarou que “nunca mais permitiremos que a guerra volte a acontecer”.

“Não pusemos fim a nossa guerra civil para fazer do nosso país braseiro das guerras árabes. Não podemos proteger o Líbano se não impedirmos que os incêndios que nos rodeiam nos alcancem ou se continuarmos nos jogando em suas chamas”, disse.

Para o ministro de Assuntos Sociais, Rachid Derbas, “chegou o momento de sermos mais conscientes e estarmos alerta para não cair no mesmo buraco mais uma vez”, disse em entrevista à rede de televisão “MTV”.

A guerra libanesa tirou a vida de 150 mil pessoas, e ainda hoje há 17 mil desaparecidos.

Apesar do sofrimento e da destruição de grande parte do país na guerra civil, os libaneses continuam divididos, principalmente sobre o conflito sírio, já que uma parte é favorável ao regime do presidente sírio, Bashar al Assad, e outra se opõe a ele. EFE

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