Libertar o Iraque do EI pode levar até cinco anos, segundo porta-voz dos EUA

  • Por Agência EFE
  • 09/06/2015 16h03
Reprodução/ Youtube Membros do Estado Islâmico destruíram obras milenares em museu no Iraque

Libertar o Iraque do Estado Islâmico (EI) pode levar entre três e cinco anos desde uma perspectiva puramente militar, admitiu nesta terça-feira o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Kirby.

A luta contra os jihadistas no Iraque “vai levar tempo”, disse Kirby, um contra-almirante da Marinha retirado, ao pedir “paciência estratégica” em entrevista à rede de televisão “MSNBC”.

O porta-voz dedicou seu discurso a discordar dos comentários do presidente de EUA, Barack Obama, que na segunda-feira sustentou desde a Alemanha, onde participou da cúpula do G7, que seu país não desenvolveu ainda uma “estratégia completa” para treinar as forças iraquianas em seu combate contra os extremistas do EI.

“Temos uma estratégia (…). O presidente se referiu a um plano específico para melhorar o treinamento das equipes das Forças de Segurança iraquianas, e o Pentágono está trabalhando nesse plano atualmente”, esclareceu Kirby.

O objetivo principal do governo de Obama é que o EI deixe de ser uma “ameaça” nessa região e no mundo todo, segundo o ex-militar, que acrescentou que “a cada dia” é examinada a estratégia e sua execução.

Kirby detalhou que essa estratégia inclui os bombardeios aéreos que são executados pela coalizão internacional liderada pelos EUA desde agosto, treinar e equipar as forças iraquianas, deter o fluxo de combatentes estrangeiros que querem se unir ao EI e trabalhar com o primeiro-ministro do Iraque, Haider Al Abadi, para um governo mais inclusivo.

Os comentários de Obama sobre a ausência de uma “estratégia completa” para apoiar os iraquianos contra o EI geraram várias críticas nos EUA, principalmente entre legisladores e aspirantes republicanos à Casa Branca.

O gabinete do presidente da Câmara dos Representantes do Congresso, o republicano John Boehner, divulgou um vídeo no qual é possível ver o líder conservador dizendo que “a esperança não é uma estratégia”.

“Eu gostaria ver a estratégia incompleta. Eu gostaria de ver algo”, ironizou, por sua vez, o senador John McCain, presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara alta.

Enquanto isso, o também senador Lindsey Graham, pré-candidato à indicação presidencial republicana, afirmou que Obama é “o comandante em chefe da negligência”.

Apesar das críticas à estratégia da coalizão internacional contra o EI após as derrotas em cidades como Ramadi e a entrada dos jihadistas em Palmira (Síria), Obama continua sendo reticente a enviar tropas americanas ao Iraque para deter a organização terrorista.

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