Líder da Al Qaeda jura lealdade ao novo mulá dos talibãs
Cairo, 13 ago (EFE).- O líder da rede terrorista Al Qaeda, Ayman al Zawahiri, jurou nesta quinta-feira sua lealdade e se colocou “às ordens” do novo líder dos talibãs afegãos, o mulá Mansur, em áudio divulgado em fóruns jihadistas na internet.
Al Zawahiri declarou na gravação que a Al Qaeda “está às ordens do novo líder dos talibãs, da mesma forma que já fez Osama (Bin Laden)”, em referência ao ex-dirigente da rede terrorista.
O dirigente da organização terrorista elogiou várias vezes o falecido mulá Omar, a quem definiu como “um grande líder, herói, combatente e emir”, e que foi substituído por Ajtar Mohamad Mansur há pouco, após ser noticiada a morte do líder talibã em abril de 2013 no Paquistão.
“Seguiremos lutando junto a vocês para impor a sharia (lei islâmica) na terra dos muçulmanos”, declarou o líder da Al Qaeda.
Além disso, incitou os talibãs a continuarem lutando para “libertar o terreno dos muçulmanos”, da China até Al Andalus, do Cáucaso até a Somália e o Centro da África, da Caxemira até Jerusalém, e das Filipinas a Cabul.
“Estamos com vocês (talibãs) na luta contra qualquer regime, organização, situação ou acordo que seja contrário à lei islâmica, tanto dentro como fora dos países muçulmanos, como é o caso das Nações Unidas”, alertou o chefe jihadista.
Al Zawahiri se referiu “aos governos dos países muçulmanos que não aplicam a sharia”, pediu para que esses sejam combatidos e os descreveu como “infiéis que impõem a lei da corrupção, da apostasia e do capitalismo”.
A Al Qaeda se opõe ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que declarou um califado nos territórios sob seu controle no Iraque e Síria em junho de 2014. Em referência a esse califado, disse que “não existiu no mundo um Emirado islâmico mais legítimo que o imposto pelo mulá Omar” no Afeganistão.
O mulá Omar criou o grupo talibã em 1994 em plena pós-guerra do conflito afegão-soviético e governou o Afeganistão com mão de ferro entre 1996 e 2001, ano em que a invasão americana acabou com seu regime por encobrir Osama bin Laden, cérebro do atentado contra as Torres Gêmeas de Nova York. EFE
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