Líder da guerrilha curda confia no fim do conflito com a Turquia

  • Por Agencia EFE
  • 17/08/2014 07h41
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Ancara, 17 ago (EFE).- Abdullah Öcalan, o líder preso da guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), acredita que a negociação com a Turquia permitirá acabar em breve com o conflito que se prolonga há 30 anos.

Sirri Sureyya Onder, um dos três deputados do pró-curdo Partido Democrático dos Povos (HDP), que visitou Öcalan na sexta-feira passada na prisão, afirmou neste domingo à Agência Efe que o fundador da guerrilha está otimista sobre o processo de paz iniciado em março de 2013.

Além disso, Öcalan acredita que o fim do enfrentamento entre a guerrilha e Ancara terá consequências construtivas em todo Oriente Médio.

“Seu otimismo também se sustenta no resultado das eleições presidenciais (do domingo passado) e em que o candidato curdo não só recebeu apoio dos curdos, mas em toda Turquia”, explicou o deputado.

Os 10% dos votos conseguidos por esse partido, muito acima de seu habitual teto eleitoral de 6%, representa nesse sentido uma garantia pela paz e pela irmandade, segundo um comunicado do HDP sobre sua reunião com Öcalan, que cumpre prisão perpétua desde 1999.

Nesse texto, o dirigente guerrilheiro é citado dizendo que a guerra de 30 anos está em sua fase final pela via da negociação democrática.

“Este período está oferecendo oportunidades históricas baseadas na paz e na liberdade, que poderiam criar um modelo para resolver graves problemas, não só na Turquia, mas em toda a região”, argumentou Öcalan, segundo o partido.

O PKK começou seu enfrentamento com o Estado turco em 1984 com o objetivo de conseguir a autonomia para os 12 milhões de curdos que vivem na Turquia.

Calcula-se que 45 mil pessoas morreram desde então nessa guerra não declarada entre a guerrilha e o exército turco.

Após várias tréguas fracassadas ao longo dos anos, Öcalan e as autoridades turcas iniciaram um processo negociador que levou a Turquia a ordenar um cessar-fogo em março de 2013, ao que se seguiu o início da retirada dos milicianos curdos de solo turco.

Pouco antes das eleições presidenciais, o governo turco modificou a lei para descriminalizar a negociação com o PKK e na semana passada o Executivo indicou que os esforços para conseguir a paz entraram em uma nova fase. EFE

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