Líder das Farc afirma que acordo sobre justiça será para todos os envolvidos
Havana, 23 set (EFE).- O líder das Forças Armadas Revolucionárias das Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, conhecido como “Timochenko”, expressou nesta quarta-feira sua “grande satisfação” pelo acordo sobre justiça com o governo colombiano e ressaltou que esta “jurisdição especial de paz” está “projetada para todos os envolvidos no conflito e não só para uma das partes”.
“Timochenko” defendeu a “multiplicação” dos esforços para alcançar o cessar-fogo bilateral definitivo, o abandono de armas e a transformação das Farc em um movimento político legal gerando condições especiais como o desmonte do paramilitarismo.
O principal chefe das Farc assegurou que os guerrilheiros estão “dispostos a assumir responsabilidades” por suas atuações ao longo da resistência, “mas nunca pelo que interessadamente nos acusam nossos adversários sem nenhum fundamento nem fórmula de julgamento”.
“Acreditamos ser imprescindível que os demais atores do conflito, tanto os que combateram como os que instigaram a guerra de luxuosos escritórios, assumam com coragem sua responsabilidade e assim o manifestem perante o povo colombiano”, acrescentou.
Segundo “Timochenko”, a jurisdição especial para a paz estipulada hoje, além de garantir o respeito aos direitos das vítimas, “será um fator dinamizador para a assinatura de novos acordos neste período fundamental para alcançar a terminação do conflito”.
O líder guerrilheiro ressaltou que o atual processo de paz é o “único no mundo” que estabeleceu um sistema integral que reúne e relaciona “todos os elementos que o direito internacional assinala como inalienáveis para as vítimas: os da verdade, da justiça, da reparação e da não repetição”.
Com a criação deste sistema “tornamos realidade o que foi retirado da mesa de conversas quanto ao fato de que as vítimas do conflito estão no centro do acordo”, comentou “Timochenko”.
Por fim, o chefe das Farc garantiu que a guerrilha “fará tudo o que estiver ao seu alcance para conseguir em poucos meses o acordo final de paz”. EFE
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