Líder do Boko Haram ameaça atacar região petrolífera da Nigéria
Lagos, 20 fev (EFE).- O líder do grupo radical islâmico Boko Haram, Ibrahim Shekau, divulgou um vídeo no qual ameaça atacar a região petrolífera do Delta do Níger, na Nigéria, e líderes políticos e tradicionais no norte do país, predominantemente muçulmano.
No vídeo de 28 minutos, ao qual a Agência Efe teve acesso, Shekau, que fala no idioma local hausa e em árabe, condenou o recente assassinato do imã Auwal Albani.
“Delta do Níger, está com problemas. Jonathan (Goodluck Jonathan, presidente da Nigéria), está com problemas”, advertiu o líder no vídeo, distribuído ontem a um grupo de jornalistas em Maiduguri, capital de Borno State, bastião do Boko Haram no norte do país.
Shekau afirmou que os fundamentalistas explodirão instalações petrolíferas no Delta do Níger, sem dar mais detalhes.
Vestido com traje militar e rodeado por um tanque e combatentes, Shekau atacou a democracia e ameaçou matar todos os que acreditam nela, incluindo líderes políticos e tradicionais do norte da Nigéria.
“A razão pela qual os matarei é porque são infiéis, seguem a democracia. Qualquer uma que siga a democracia é um infiel. O que os tornam infiéis é a democracia, a Constituição e a educação ocidental”, disse.
“Desfrutamos derramando seu sangue. O Corão deve ser supremo, devemos estabelecer o Islã neste país. Destruiremos as escolas onde as vejamos, não só em Borno”, acrescentou.
No ano passado, as autoridades nigerianas asseguraram ter matado Shekau, mas desde então o líder do Boko Haram divulgou quatro vídeos.
Embora o governo federal nigeriano tenha declarado estado de emergência e enviado tropas para Borno e os estados de Adamawa e Yobe, a seita islâmica continua cometendo ataques mortais, que já deixaram centenas de mortos.
No último destes ataques, ocorrido ontem, 47 pessoas morreram na cidade de Bama, em Borno, vítimas de homens armados que também incendiaram vários edifícios, incluído o palácio de um líder tradicional.
O Boko Haram, cujo nome significa em línguas locais “a educação não islâmica é pecado”, luta por impor a “sharia” (lei islâmica) na Nigéria, de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.