Líder do ELN diz que grupo quer participar da política colombiana
Bogotá, 7 jan (EFE).- O líder do Exército de Libertação Nacional (ELN), Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como “Gabino”, afirmou nesta quarta-feira que o grupo armado que ser mais um ator na democracia colombiana.
Em entrevista realizada por guerrilheiros e divulgada na internet, Gabino explicou que após a realização do V Congresso do ELN, o grupo chegou à conclusão que sua entrada na política é necessária.
“Considerando os últimos desenvolvimentos das lutas populares, um salto é requerido para permitir que as organizações se posicionem como sujeitos políticos na vida do país”, afirmou.
“É preciso superar radicalmente os conflitos que nos levam ao enfrentamento e à violência. Eles devem ser resolvidos pelas vias do diálogo franco”, acrescentou.
A entrevista foi publicada no mesmo dia em que a ELN anunciou estar disposta a dialogar com o governo colombiano e aceitar um cessar-fogo como parte das negociações de paz, outra decisão tomada durante o V Congresso.
Perguntado se uma eventual paz com o governo significaria o desaparecimento do grupo rebelde, o líder guerrilheiro afirmou o que ELN continuaria lutando dentro dos limites dos novos acordos.
“Os acordos de paz são um ponto de partida para seguir lutando (…) Sempre dissemos que se a Colômbia abrisse a democracia para que as maiorias pudessem lutar sem a necessidade de recorrer à rebeldia, ninguém seria forçado a empunhar armas”, explicou.
Acrescentou que uma abertura democrática é o desejo e a esperança da ELN, e que por isso aguarda as conversas com o governo com grande expectativa.
As declarações de “Gabino” ocorreram dois dias depois de o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ter reiterado o convite ao grupo para seguir os passos das Farc quanto à negociação de paz e a declaração de um cessar-fogo unilateral e indefinido, iniciado em 20 de dezembro.
O chefe do Executivo também pediu para que o grupo defina pontos de uma agenda, que estão sendo discutidos desde janeiro de 2013, para começar a conversar com o governo. EFE
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