Líder dos protestos na Tailândia pede que o estado de exceção seja desafiado

  • Por Agencia EFE
  • 22/01/2014 00h46

Bangcoc, 22 jan (EFE).- O líder dos protestos na Tailândia, Suthep Thaugsuban, pediu que seus seguidores não respeitem o estado de exceção declarado pelo governo interino e continuem com as manifestações em Bangcoc, informou nesta quarta-feira o jornal “Bangcoc Post”.

“Há alguma emergência neste país? Estivemos nos manifestando por três meses, por que declarar o estado de exceção agora?”, declarou Suthep na noite de ontem após liderar durante o dia uma das manifestações pelo centro financeiro da metrópole, segundo o “Bangcoc Post”.

O governo da Tailândia decretou o estado de exceção em Bangcoc e em duas províncias vizinhas com o objetivo de conter o aumento da violência relacionada com as manifestações antigovernamentais, faltando duas semanas para as eleições gerais.

O estado de exceção, que ficará vigente por 60 dias, permite que as forças de segurança realizem a detenção de suspeitos sem a necessidade de apresentar acusações, além de decretar o toque de recolher, dissolver reuniões públicas de mais de cinco pessoas e censurar os meios de informação, entre outras coisas.

Pelo menos nove pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas desde que os protestos começaram a ocupar Ministérios em novembro do ano passado.

A violência aumentou quando os manifestantes começaram, no último dia 13, o bloqueio e a ocupação de mais de uma dezena de avenidas importantes da capital com vários ataques com granada que causaram uma morte e deixaram 63 feridos.

Suthep, que abandonou sua cadeira parlamentar e o Partido Democrata para embarcar nesta “cruzada”, exige a renúncia do governo interino de Yingluck Shinawatra e o adiamento das eleições legislativas de 2 de fevereiro até que seja feita uma reforma no sistema político para acabar com a corrupção.

O governo interino segue apostando suas fichas na realização de eleições antecipadas para que o país supere a crise política na qual está imerso e rejeitou, desde o primeiro dia, utilizar a força para reprimir os protestos.

A Tailândia vive uma profunda crise política desde 2006 quando um golpe de estado militar depôs o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão mais velho da atual governante, com frequentes manifestações nas ruas que causaram dezenas de mortes e importantes prejuízos econômicos. EFE

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