Líder golpista assegura que devolverá o poder e pedirá desculpas à nação
Ouagadogou, 21 set (EFE).- O general Gilbert Diendéré, líder dos golpistas em Burkina Fasso, reafirmou nesta segunda-feira sua intenção de devolver o poder ao governo de transição através de um acordo mediado pela Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao), ao mesmo tempo em que garantiu que pedirá desculpas à nação.
A declaração, feita através de um comunicado, foi divulgada pouco depois que o exército ordenou a transferência de todas suas tropas à capital do país para desarmar a guarda nacional e pôr fim ao golpe de Estado “sem derramamento de sangue”.
Como prova de boa vontade, Dienderé anunciou a libertação do primeiro-ministro, Isaac Zida, retido desde quarta-feira passada, embora sem especificar quando acontecerá.
O Conselho Nacional para a Democracia, a autoproclamada autoridade militar liderada por Diendéré, se comprometeu, por sua parte, a trabalhar “pela coesão do exército”.
O líder golpista se referiu também ao fato de que nas negociações do domingo com a Cedeao houve um princípio de acordo no qual se deve seguir trabalhando para evitar “uma guerra civil”.
Nesse acordo se incluía atrasar as eleições legislativas e presidenciais de 11 de outubro a 22 de novembro, e eliminar o veto à candidatura de simpatizantes do derrubado presidente Blaise Campaoré, a quem seguem os golpistas.
A guarda nacional, liderada por Diendéré, deteve na quarta-feira passada o presidente, Michel Kafando, e o primeiro-ministro, Isaac Zida.
Kafando foi libertado dois dias depois, mas Zida permanece “sob detenção”.
O golpe de Estado, o sexto da história de Burkina desde sua independência da França em 1960, truncou a transição democrática neste país africano. EFE
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