Líder houthi lança advertência a presidente do Iêmen após invasão de palácio

  • Por Agencia EFE
  • 20/01/2015 19h47
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Sana, 20 jan (EFE).- O líder do movimento xiita dos houthis, Abdelmalek al-Houthi, “aconselhou” o presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, a aplicar o acordo de paz alcançado em setembro, e advertiu que irá zelar pelos interesses da população porque suas aspirações “não têm fronteiras”.

Em discurso transmitido pela TV e divulgado poucas horas depois de os combatentes houthis tomarem o controle do palácio presidencial em Sana, al-Houthi fez diversas exigências, como a reforma da comissão nacional, a modificação da Constituição para a conciliação e o fim das diferenças políticas.

No pronunciamento, que durou 1h15, ele exigiu ainda a promoção da participação dos houthis no processo político “doa a quem doer, de dentro ou de fora do país”, e insistiu na necessidade de pôr fim à insegurança e “os perigos que ameaçam” o país.

Em várias ocasiões, al-Houthi denunciou a existência de uma suposta “conspiração” contra o povo, do que assegurou que “só tem duas opções: agir contra a conspiração ou dar-se por vencido”.

“Nosso movimento está desenhado para derrubar a conspiração e a corrupção lideradas pelo presidente Hadi”, declarou o jovem líder xiita, de 33 anos.

Além disso, acusou a Nações Unidas, o Conselho de Segurança da ONU, à União Europeia (UE), os países do Conselho de Cooperação do Golfo e aos estados da região do Oriente Médio de fingir apoio ao processo de paz, enquanto “nunca promovem sua aplicação na realidade”.

Em 21 de setembro, o governo do Iêmen e os houthis alcançaram um acordo depois que os rebeldes invadiram a capital e tomaram o controle de grande parte da cidade. Em uma nova reviravolta, aliados de al-Houthi tomaram nesta tarde o controle do palácio do governo e bombardearam a residência do presidente, no oeste de Sana.

al-Houthi, que definiu a invasão como “um passo revolucionário”, pediu “mais responsabilidade” perante o que qualificou de “situação sensível” no Iêmen.

O líder rebelde também qualificou a situação que o país está vivendo de “momento histórico excepcional”, e acusou diretamente o atual regime de “violar” os acordos feitos durante a Conferência Nacional para o Diálogo, encerrada há um ano.

Segundo al-Houthi, os dirigentes que estão no comando do governo pretendem “conseguir unicamente mais poder e satisfazer os próprios interesses”, enquanto o povo iemenita “sofre” devido à corrupção.

Do mesmo modo, acusou às autoridades de impedir a atuação do exército para garantir a segurança no país e de permitir a expansão da Al Qaeda com o objetivo de impedir “a revolução” dos houthis. EFE

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