Líder opositor cubano classifica anúncio de Obama de “traição”

  • Por Agencia EFE
  • 17/12/2014 21h48

Miami (EUA.), 17 dez (EFE).- O líder opositor cubano Jorge Luis García Pérez “Antúnez” afirmou nesta quarta-feira em Miami que a decisão de Barack Obama de restabelecer relações diplomáticas com Havana é uma “traição que deixa a oposição interna indefesa”.

Em entrevista coletiva em Miami, onde foi recebido por membros da Assembleia da Resistência Cubana, Antúnez disse que “o regime de Cuba vai se sentir mais fortalecido” após a aproximação entre os países e lamentou que a medida não beneficie os cidadãos que vivem na ilha caribenha.

“Obama se aliou com os repressores de nossa nação e assassinos de nosso povo”, disse o dissidente cubano, que protagonizou várias greves de fome nos últimos anos em Havana para denunciar a falta de liberdade na ilha.

“Investirão muitos recursos em Cuba, mas não será nem para os idosos nem para os doentes. Vai ser para a casta governante que sempre lucrou à custa da dor de Cuba”, criticou Antúnez, que no meio deste ano ficou preso durante vários dias em Cuba.

O opositor cubano disse entender “que há pessoas que tenham se cansado e que querem chegar a um entendimento” após mais de 50 anos de ditadura em Cuba, mas advertiu que o exílio “prefere 50 anos mais de luta, de resistência e dor do que aceitar um continuísmo com o regime”.

Na entrevista coletiva, porta-vozes da Assembleia da Resistência Cubana disseram também que “a liberdade, o respeito aos direitos humanos e o estabelecimento da democracia em Cuba não são negociáveis”.

Silvia Iriondo, presidente da Organização Mar por Cuba, foi enfática ao afrimar que não deve haver “concessões a um regime que não somente está a 54 anos violando os direitos e as liberdades fundamentais do povo cubano, mas continua fazendo neste momento”. EFE

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