Líder opositor sírio acredita que expansão de jihadistas é a ponta do iceberg

  • Por Agencia EFE
  • 18/06/2014 15h32
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Beirute, 18 jun (EFE).- O presidente da opositora Coalizão Nacional Síria (CNFROS), Ahmed Yarba, avisou nesta quarta-feira que a expansão do grupo radical Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) pelos territórios da Síria e do Iraque é só “a ponta do iceberg”.

“Quero lembrá-los de que a compra e venda de sangue síria e brincar com fogo atingirão toda a região. Portanto pergunto: o que estão esperando? Vamos esperar que o EIIL estabeleça um emirado em dois países violando sua soberania?”, disse Yarba aos ministros das Relações Exteriores da Organização da Cooperação Islâmica na cidade saudita de Jidá, segundo uma nota da CNFROS.

Yarba considerou que já é tarde para lançar mais advertências porque “o desastre aconteceu” e as ameaças das quais alertou sua organização no passado “são agora uma realidade de pesadelo que põe em risco toda a região, com implicações na segurança e na paz mundial”.

Antes, “prevenimos o mundo de que a Síria se transformaria em um lugar desde onde se planejariam e lançariam atos terroristas contra outros países”, lembrou o opositor.

No entanto, acrescentou, “nenhuma ação séria foi adotada para combater essas novas ameaças terroristas”.

Segundo Yarba, o EIIL (também não conhecido pela sigla em inglês ISIS) não é um monstro vindo de outro planeta, mas o resultado de anos de depravação social, política e de segurança.

“O EIIL se formou no Oriente Médio e aqueles que o criaram, o saibam ou não, estão sentados aqui hoje fingindo que o combatem”, apontou.

Nesse sentido, o presidente do CNFROS reprovou o governo do primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, sua incapacidade de controlar a fronteira com a Síria para impedir a mudança de terroristas a um ou outro lado da fronteira e para evitar a fuga de mais de 2 mil extremistas de prisões iraquianas.

Yarba afirmou que o povo sírio se viu forçado não só a lutar contra o EIIL, mas também contra o regime de Bashar al Assad e de seus aliados, o grupo xiita libanês Hezbollah e milícias iraquianas, sem nenhum tipo de intervenção internacional, exceto a ajuda de Estados como a Arábia Saudita. EFE

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