Líder rebelde cristão não descarta que haja mais de 220 reféns assírios
Beirute, 26 fev (EFE).- O número de reféns assírios nas mãos do grupo radical Estado Islâmico (EI) na província nordeste síria de Al Hasaka poderia estar entre os 250 e os 400, segundo Kino Gabriel, um dirigente do Conselho Militar Siríaco, uma milícia cristã que opera nessa região.
O líder rebelde disse nesta quinta-feira à Agência Efe por telefone que há mulheres, crianças e idosos entre os sequestrados assírios, um grupo étnico de credo cristão.
Gabriel afirmou que quando os extremistas entraram em vários povoados de maioria assíria ao amanhecer da segunda-feira passada havia milicianos protegendo essas localidades, mas que “tinham pouca munição”.
Mesmo assim, “falta esclarecer como os extremistas estraram nessas localidades”, disse o insurgente cristão.
Na sua opinião, o EI fez esses reféns porque se sentiu pressionado pelas forças curdas, com as quais colabora sua organização, na frente de Tal Hamis, em Al Hasaka.
Os sequestros poderiam ser uma vingança pelas derrotas sofridas nesta região e por vários ataques realizados contra os jihadistas no último mês.
Gabriel disse que existem indícios de que os sequestrados foram levados à região montanhosa de Jabal Abdelaziz, onde o EI tem um de seus quartéis, embora também disponha de informações que alguns sequestrados poderiam permanecer em alguns povoados junto ao rio Jabur, cujo controle os radicais assumiram.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que o número de reféns assírios raptados pelo EI nos últimos três dias tinha chegado a 220 pessoas.
Os reféns foram sequestrados pelos extremistas na periferia do povoado de Tal Tamr, em Al Hasaka, onde o EI tomou o controle de 11 povoados.
Em Al Hasaka vive a maior parte dos assírios da Síria, um grupo étnico que também habita o Iraque e a Turquia.
Seu idioma, o assírio, é uma mistura de acadiano, antiga língua da Mesopotâmia, e de aramaico, que também se usa na liturgia.
São cristãos e seguem as igrejas caldeia, siríaco-ortodoxa e assíria do Leste.
Os assírios vivem em 30 povoados na margem sul do rio Jabur, em Al Hasaka, enquanto os curdos habitam o lado norte. EFE
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