Líder separatista crimeano vota no referendo

Simferopol (Ucrânia), 16 mar (EFE).- O primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Axionov, votou no começo da manhã deste domingo no referendo que questiona a população sobre a reunificação com a Rússia, que por enquanto acontece sem incidentes, informaram as autoridades separatistas.

“Sempre é preciso olhar para frente. Não tenho dúvidas que tudo sairá bem”, declarou Axionov, que votou no colégio eleitoral em uma escola de Simferopol, capital da Crimeia.

Axionov não duvidou em qualificar de “histórica” esse dia para os moradores da península, que elegem hoje entre a entrada na Federação Russa ou pela ampla autonomia no seio da Ucrânia.

Além disso, descartou que a consulta, declarada anticonstitucional por Kiev e condenada pela comunidade internacional, vá desembocar em uma crise.

Segundo a comissão eleitoral crimeana, os eleitores fazem filas em frente aos colégios antes inclusive de eles abrirem suas portas.

“As pessoas vão as urnas desde começo da manhã. Isto não ocorria desde os tempos da União Soviética”, disse Mikhail Malishev, chefe da comissão.

Ele ressaltou que, por enquanto, as autoridades não registraram nenhum incidente de destaque, somente alguns problemas técnicos.

As autoridades da cidade portuária de Sebastopol também elogiaram a participação popular na cidade, que também vota hoje sobre a reunificação com a Rússia e onde a intensa chuva não impediu que os eleitores estejam indo em massa para votar pela volta à federação russa.

Segundo as pesquisas, mais de 70% dos crimeanos votarão a favor da reunificação com o vizinho do norte e só 11% optarão por permanecer parte da Ucrânia.

Um milhão e meio de crimeanos estão chamados às urnas, embora a minoria tártara, cerca de 12% da população, tenha decidido boicotar a consulta; enquanto em Sebastopol o censo inclui pouco mais de 300 mil pessoas, a grande maioria de russos étnicos.

Os colégios abriram as portas às 08h (local, 03h em Brasília) e fecharão às 20h. A apuração começará logo depois, mas os resultados oficiais só serão divulgados a partir de segunda-feira.

As autoridades separatistas habilitaram mais de 1.200 colégios eleitorais em toda a península, que são guardadas por soldados das milícias de autodefesa, supostamente para evitar incidentes produzidos por provocadores encomendados de Kiev.

A Crimeia seguiu adiante com o referendo apesar de ontem a Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia ter dissolvido p parlamento separatista, que convocou a consulta e aprovou esta semana uma Declaração de Independência. EFE