Líderes comunitários comemoram vitória da Odebrecht em licitação no Panamá

  • Por Agencia EFE
  • 26/06/2015 18h43
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Colón (Panamá), 26 jun (EFE).- Líderes comunitários da cidade de Colón, a segunda maior do Panamá, comemoraram nesta sexta-feira a vitória do consórcio liderado pela Odebrechet em uma licitação para construir 5 mil casas e restaurar o centro histórico do município.

“O povo de Colón está em festa. Percebe-se que Deus está conosco. Ganhou a empresa que teve a maior responsabilidade conosco nos últimos 20 anos”, disse à Agência Efe o representante do bairro Norte da Parte Antiga de Colón, Jairo Salazar.

Ontem, os líderes tinham ameaçado organizar protestos na cidade caso a construtora brasileira não vencesse a disputa. O consórcio Nuevo Colón, integrado pela Odebrecht e a panamenha Constructora Urbana, obteve a maior pontuação, 958 pontos, com sua oferta técnica e financeira (US$ 537 milhões), de acordo com o ministro de Habitação, Mario Etchelecu.

A reconstrução do centro urbano de Colón, às margens do Mar do Caribe e a 80 quilômetros ao norte da capital do país, incluirá a reforma total de suas 16 ruas e a construção de 5 mil casas, e beneficiará cerca de 25 mil habitantes.

O projeto inclui, além disso, a reconstrução do sistema pluvial e de tratamento de água e esgoto, e a restauração de edifícios que são Patrimônio Histórico da Humanidade, conforme está detalhado no portal governamental “Panamá Compra”.

“Temos certeza de que a Odebrecht vai empregar muitos cidadãos de Colón nesse projeto”, apontou Salazar, que é filiado ao Partido Revolucionário Democrático (PRD), de oposição ao governo.

A Odebrecht é a principal construtora no Panamá, onde há 10 anos faz obras de grandes infraestruturas e criou 11 mil postos de trabalho, dos quais mais de 90% da mão de obra é local.

Também concorreram na licitação o consórcio CCA-MCM, cuja oferta técnica foi desqualificada, motivo pelo qual sua proposta econômica nem chegou a ser aberta, e o da Aspinwall, que ofereceu US$ 505 milhões, mas cuja apresentação técnica somou apenas 492 pontos, enquanto a da Odebrecht chegou a 498 pontos.

Salazar e outros líderes comunitários temiam que a Odebrecht não vencesse a licitação por causa da situação enfrentada no Brasil após as prisões de vários executivos da empresa, incluindo o presidente Marcelo Odebrecht, denunciados na Operação Lava-Jato, que investiga a corrupção na Petrobras.

Alguns setores da sociedade panamenha chegaram a questionar a presença da empreiteira no país.

“Há uma conspiração nacional contra a Odebrecht”, denunciou ontem o representante do bairro Sul da Parte Antiga de Colón, Álex Lee.

“Uma coisa é vir trabalhar com a população de Colón. Outra é vir lucrar aqui. Por isso, os representantes comunitários apoiam em 200% a Odebrecht”, completou. EFE

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