Líderes da UE apontam sábado como o dia crucial para acordo com a Grécia

Bruxelas, 26 jun (EFE).- Os principais líderes da União Europeia (UE) indicaram no início da madrugada desta sexta-feira que o sábado – dia em que será realizada a quinta reunião extraordinária do Eurogrupo dedicada à Grécia em dez dias – será a data crucial para se chegar finalmente a um acordo, apenas três dias antes do vencimento da prorrogação do resgate ao país.

“Fomos unânimes em concordar que o trabalho deve prosseguir com as três instituições, o Eurogrupo e a Grécia e que, além disso, o Eurogrupo de sábado deve ter um significado decisivo. O tempo está acabando. Apostamos todos que no sábado chegaremos a uma solução”, disse a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

Ao término do primeiro dia da cúpula de chefes de Estado e de governo da União Europeia, na qual os líderes mantiveram uma discussão de aproximadamente duas horas sobre a Grécia, Merkel deixou claro que os líderes não podem “interferir nas negociações técnicas”.

Os líderes deixaram claro para o premiê da Grécia, Alexis Tsipras, que as negociações estão agora pendentes de um acordo em nível técnico com as instituições conhecidas como troika – a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional -, para que seja apresentado ao Eurogrupo de sábado.

“Apostamos que haja um acordo no sábado e que se dê a essa reunião um significado decisivo. Se haverá um acordo, não posso dizer. Mas a vontade política é clara”, disse Merkel.

O presidente da França, Françóis Hollande, se expressou em termos similares ao de sua colega alemã, ao destacar a importância do Eurogrupo de sábado.

“Essa reunião é crucial porque estamos chegando perto do fim do prazo, que é 30 de junho, quando as autoridades gregas devem fazer frente a seus compromissos”, disse Hollande.

O francês também lembrou que o parlamento grego e o de vários outros países precisam se reunir para ratificar o acordo assim que ele for fechado, o que torna o tempo ainda mais limitado.

Hollande constatou que persistem algumas diferenças entre a Grécia e as instituições, mas considerou que estas “podem ser reduzidas”, e reiterou que “é preciso fazer tudo” para conseguir um acordo, que seja “global e durável”.

Para isso, o presidente da França espera que a Grécia faça propostas que permitam às instituições “entrar na frase de conclusão”.

“Acho que o dia final será no sábado e estou confiante que podemos conseguir um acordo”, disse, por sua vez, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, que também assegurou que a maneira de se aproximar agora do “problema grego é muito difícil por muitos motivos”.

“Apoiamos os esforços do governo grego e do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, de conseguir um acordo com as instituições europeias e, ao mesmo tempo, sabemos a importância de todo o mundo para manter a Grécia na zona do euro”, comentou o italiano.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, informou aos 28 países sobre o estado da situação, em que ainda não foi possível um acordo apesar das múltiplas reuniões extraordinárias realizadas nos últimos dias.

“Os líderes concordaram que não há necessidade de outra cúpula da União Europeia amanhã, ou durante o fim de semana. Os líderes esperam que o Eurogrupo conclua o acordo na reunião de sábado”, explicou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

“Sou completamente consciente da situação e das potenciais consequências. Estamos de acordo em nosso apoio às instituições no processo atual de negociação”, acrescentou.

“Compartilhamos o mesmo destino”, disse, por sua vez, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que manifestou seu mal-estar com as intensas negociações.

“Não gosto deste método de trabalho que me incomoda e me impede de dormir como a média dos mortais”, disse.

Já o premiê grego Tsipras deixou o recinto sem fazer declarações. EFE