Líderes da zona do euro iniciam cúpula extraordinária sobre a Grécia

Bruxelas, 22 jun (EFE).- Os chefes de Estado e de governo da zona do euro iniciaram agora há pouco a cúpula extraordinária sobre a Grécia para tentar aproximar suas posições em busca de um acordo para esta semana com esse país, antes de expirar o prolongamento do segundo resgate, daqui a apenas oito dias.

Esta reunião extraordinária foi precedida por outra, entre os ministros de Economia e Finanças da zona do euro, que terminou sem acordo diante da falta de tempo para analisar detalhadamente a nova proposta grega, que foi, no entanto, considerada “ampla e completa”, uma base sobre a qual os líderes consideraram ser possível trabalhar.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, declarou poucos minutos antes do início da cúpula que convocou os 19 líderes da zona do euro porque “o tempo está acabando, não só para a Grécia, mas para todos nós”.

Ele insistiu que “o jogo de se culpar mutuamente não leva a lugar nenhum, todas as partes nas negociações devem se respeitar”.

“Todas as cartas estão na mesa”, declarou, ao ponderar que houve “coisas promissoras”, incluídas nas reuniões entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e os líderes das instituições credoras. Ele ainda qualificou a última proposta grega como a “primeira real em muitas semanas”.

“Há trabalho pela frente, certamente”, acrescentou, ao ressaltar que o “mais importante é assumir plena responsabilidade neste processo político para evitar o pior dos cenários, uma saída acidental da Grécia da zona do euro, que seria caótica e incontrolável”.

Fontes europeias indicaram que o objetivo desta cúpula é “injetar dinamismo nas negociações e ter discussões políticas do mais alto nível, ver as intenções dos líderes e suas possíveis consequências, acrescentar clareza às negociações”, em vez de abordar detalhes técnicos.

Acrescentaram que o “grexit já não é um tema tabu”, mas certamente um cenário que desejam evitar. “É a última opção”, ressaltaram.

“Parto da premissa de que chegaremos esta semana um acordo com a Grécia. Não será fácil. Trabalharemos nisso como fizemos nos últimos dias, mas meu objetivo continua a ser chegar a um acordo antes de acabar a semana”, afirmou o presidente da Comunidade Europeia, Jean-Claude Juncker.

Tsipras não fez declarações, mas os demais líderes que compartilham a moeda única com a Grécia manifestaram que hoje não vai haver um acordo, embora alguns tenham expressado esperança de que isto acontecerá em breve.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse após a reunião do Eurogrupo (ministros de Finanças) de hoje que não há “base para tomar decisões, por isso a cúpula só pode ser de orientação”.

O presidente francês, François Hollande, mencionou que “o governo grego fez uma nova proposta, mais precisa e mais forte”.

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, reiterou que o governo grego deve respeitar seus compromissos, mas também lembrou que a Europa tem uma “obrigação moral” com um grande país como a Grécia.

Participam como convidados o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, o principal responsável do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, as três instituições credoras da Grécia. EFE

cai-mvg-mtm-lmi-emm/cd