Líderes de Brics e Unasul, Cuba, México e Costa Rica se reúnem em Brasília

  • Por Agencia EFE
  • 15/07/2014 15h43

Brasília, 15 jul (EFE).- Os chefes de Estado e de governo do fórum Brics e da Unasul, mais os de Cuba, Costa Rica e México, se reunirão em Brasília entre quarta e quinta-feira para um primeiro contato formal entre América Latina e as grandes economias emergentes.

Este inédito encontro foi promovido pela presidente Dilma Rousseff, que recebeu os líderes de Rússia, China, Índia e África do Sul para a VI Cúpula dos Brics.

Amanhã Dilma e os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da China, Xi Jinping; da África do Sul, Jacob Zuma, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, se reunirão em Brasília com os líderes dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Este organismo regional, de caráter mais político do que econômico, é composto além do Brasil por Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela, cujos presidentes já confirmaram participação no encontro com os Brics, disseram à Agência Efe fontes do Itamaraty.

Na Cúpula Brics-Unasul, as cinco grandes economias emergentes do mundo apresentarão aos países sul-americanos as oportunidades que o banco de desenvolvimento criado durante este fórum oferecerá.

Dotado de um capital inicial de US$ 50 bilhões, o banco dos Brics deve começar a operar em 2016.

A intenção dos Brics é que essa nova entidade financeira seja uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, e apoie projetos de infraestrutura e desenvolvimento nos países do chamado eixo sul-sul, que inclui a América Latina.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse ao confirmar sua presença que a reunião com os Brics representa um “compromisso estratégico na conformação da nova geopolítica mundial”, uma opinião compartilhada por outros líderes sul-americanos, como a própria Dilma.

Na Argentina, que atravessa sérios problemas com a dívida externa, a criação do banco dos Brics é vista com esperança.

“Precisamos de bancos de desenvolvimento que se ergam como ferramentas para o financiamento de obras de infraestrutura, para aumentar a competitividade, e não de bancos de desenvolvimento como ferramenta extorsiva dos países mais desenvolvidos”, alfinetou hoje o chefe de gabinete argentino, Jorge Capitanich.

Fontes diplomáticas argentinas disseram à Efe que a presidente Cristina Kirchner deverá aproveitar a tribuna dos Brics para expor o conflito de seu país com os chamados “fundos abutres”, do mesmo modo que fez quando recebeu Putin em Buenos Aires no fim de semana passado.

Após a Cúpula Brics-Unasul, Dilma e Xi Jinping se reunirão na quinta-feira com os chefes de Estado do quarteto da Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe (CELAC), atualmente formado por Costa Rica, Cuba, Equador e Antígua e Barbuda.

Os presidentes da Costa Rica, Luis Guillermo Solís; Cuba, Raúl Castro; Equador, Rafael Correa; e o primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Browne, confirmaram participação a esta reunião, que também convidou o presidente do México, Enrique Peña Nieto, pelo peso econômico que o país tem na região.

Fontes oficiais disseram à Efe, embora ainda não tenha sido confirmada oficialmente, que para essa reunião pudessem permanecer em Brasília outros dos chefes de Estado dos países da Unasul, já que “todos também são membros da CELAC”.

Esta reunião foi proposta por Xi Jinping, parte da estratégia de aproximação da China com a América Latina, que prevê a conformação de um Fórum Permanente China-CELAC.

A reunião de Brasília será preparatória para a primeira reunião de ministros das Relações Exteriores da China e América Latina, que está prevista para o fim deste ano em Pequim.

Nessa reunião de chanceleres, informou o governo chinês, serão afinados os detalhes da primeira Cúpula de chefes de Estado e de governo do novo fórum China-CELAC, que será convocada para fevereiro do ano que vem, também em Pequim. EFE

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