Líderes de Lesoto concordam em reabrir Parlamento após golpe de Estado
Johanesburgo, 1 set (EFE).- Os líderes da coalizão do governo de Lesoto se comprometeram nesta segunda-feira em Pretória a reabrir o Parlamento após o golpe de Estado que, no último sábado, obrigou o primeiro-ministro Thomas Thabane a fugir para África do Sul.
O acordo foi alcançado após uma longa reunião realizada na capital sul-africana sob os auspícios da África do Sul, Zimbábue e Namíbia, países encarregados pelos assuntos de segurança e defesa da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), organismo que agrupa os países da região.
Este encontro de caráter urgente, segundo precisou a SADC em comunicado, contou com a participação do próprio Thabane e seus parceiros de coalizão, o vice-primeiro-ministro Mothetjoa Metsing, e a ministra de Gênero, Juventude e Esportes, Morena Maseribane, assim como líderes dos três partidos que formam o Executivo, todos comprometidos de reativar o Legislativo.
Anteriormente, no último mês de junho, Thabane decretou o fechamento do Parlamento por um período de nove meses.
Apesar de o primeiro-ministro ter assegurado que tal medida se relacionava ao risco de um golpe de Estado, seus críticos alegam que ele quis evitar uma moção de censura, medida que poderia resultar sua queda.
Segundo o comunicado, os três líderes enviarão o rei de Lesoto, Letsie III, um roteiro para a reabertura da câmara, para que o monarca – cuja função é basicamente cerimonial – possa aprovar e colocar em prática.
Com a reabertura do parlamento, a SADC espera contribuir para devolver a estabilidade a este pequeno reino situado no coração da África do Sul, depois que os militares cercassem a casa do primeiro-ministro e lhe obrigassem a abandonar o país no último sábado.
Assim como o Exército, o vice-primeiro-ministro Metsing, acusado de estar envolvido nessa tentativa, negou que se tenha produzido um golpe de Estado.
Os três líderes da coalizão, todos comprometidos com a SADC, se comprometeram a assinar uma declaração conjunta com o objetivo de restabelecer a ordem constitucional nesse país de dois milhões de habitantes.
Além disso, as três principais economias da SADC – África do Sul, Zimbábue e Namíbia – decidiram enviar a Lesoto um mediador e uma equipe de observadores que supervisionem a aplicação do roteiro para restabelecer a atividade parlamentar.
A atual crise no Lesoto começou com a ruptura das relações entre o primeiro-ministro e o chefe do Exército, Tlali Kamoli, depois que Thabane tentou afastar o general por causa das suspeitas sobre seus supostos planos de sedição.
A Convenção de Todos os Basothos (ABC), partido liderado por Thabane, governa o país em coalizão com outros dois partidos desde as eleições de 2012, realizadas dentro da normalidade. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.