Líderes talibãs do Paquistão anunciam apoio ao Estado Islâmico

  • Por Agencia EFE
  • 14/10/2014 12h15
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Islamabad, 14 out (EFE).- Alguns dos chefes do principal grupo talibã do Paquistão, o TTP, entre eles o porta-voz da organização, anunciaram nesta terça-feira seu apoio ao Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, informou à Agência Efe uma fonte oficial.

Seis líderes do TTP anunciaram sua aliança com o EI através de um vídeo do porta-voz do grupo, Shahidulah Shahid, segundo o assessor de comunicação do governo das Áreas Tribais sob Controle Federal (Fata, sigla em inglês), Naseer Ullah Khan.

“Declaro minha lealdade ao Califa dos Muçulmanos. De agora em diante seguirei todas as instruções do líder do Estado Islâmico, Abu Bakar al Baghdadi”, disse Shahid.

O porta-voz insistiu que fez o anúncio em seu nome e no de outros cinco chefes do TTP das áreas de Orakzai, Khyber Pakhtunkhwa, Kurram Agency, Hangu e Peshawar, mas que sua aliança com o EI não tem nada a ver com o TTP.

No início do mês, o grupo paquistanês anunciou sua aliança com o Estado Islâmico, mas Shahid negou no dia seguinte, garantindo que o TTP somente “é leal a Amir ul Momineen (título que ostenta o mulá Omar, líder dos talibãs afegãos)” e que “não cogitavam abandonar” a união com Omar.

O TTP foi criado em 2007 e reúne diferentes tribos. Nos últimos meses, o grupo vem sofrendo com lutas internas pelo poder, que provocaram uma cisão na organização.

O grupo talibã esteve por trás da maior parte dos milhares de atentados terroristas que ocorreram no Paquistão nos últimos anos.

O EI tentou se expandir, mas com pouco sucesso, no Sul da Ásia, uma região dominada pelos movimentos talibãs que lutam contra os governos de Paquistão e Afeganistão.

O anúncio realizado por esses seis líderes acontece um mês depois que o líder da Al Qaeda, Ayman al Zawahiri, anunciou a formação de uma organização vinculada a sua rede terrorista no subcontinente indiano, um movimento que os analistas consideraram defensivo devido à expansão do EI e seu poder para atrair novos recrutas. EFE

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