Lieberman acredita que cessar-fogo em Gaza se traduzirá em mais ataques
Jerusalém, 14 jul (EFE).- O ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, se manifestou nesta segunda-feira contrário que seu país alcance uma trégua com os grupos armados em Gaza, com o argumento que desta maneira, produzirão mais foguetes e de maior alcance.
“Se a operação acabar agora, ficará claro a todos que será só um parênteses antes da quarta operação, e isso não vale a pena”, disse Lieberman ao meio eletrônico “Ynet” no sétimo dia da ofensiva militar contra a Faixa denominada “Limite Protetor”.
A operação militar que deixou já mais de 170 palestinos mortos e mais de mil de feridos em Gaza, em sua maioria civis, tem por objetivo acabar com o disparo de foguetes contra solo israelense.
De acordo com dados do Exército israelense, mil foguetes foram disparados em uma semana de enfrentamentos, 760 dos quais caíram em Israel e ao redor de 200 foram interceptados pelas baterias do sistema de defesa aéreo “Domo de Ferro”.
O chefe da diplomacia israelense também falou da possibilidade de que seu Exército lance uma incursão terrestre em Gaza, invasão que o chefe das Forças Armadas, general Beny Gantz, advertiu que está preparada e à espera de receber sinal verde por parte do governo.
Lieberman não saiu do roteiro expressado nos últimos dias por dirigentes e altos comandantes militares ao afirmar que “todas as opções estão na mesa”.
Ao mesmo tempo, reconheceu que existem esforços de diversos atores internacionais destinados a conseguir uma cessação de hostilidades entre Israel e Gaza, mas advertiu que o Hamas usará essa trégua como oportunidade para se rearmar.
“Achamos que a comunidade internacional está tentando trazer a paz a qualquer preço e levam qualquer proposta de forma séria”, disse Lieberman.
O ministro israelense declarou que na última ofensiva em 2012 os foguetes disparados desde Gaza alcançaram Tel Aviv e que na atual operação estão chegando muito mais longe ao norte de Israel.
“O Hamas aproveita cada vez para produzir mais foguetes e aumentar sua distância”, assinalou.
Vozes da esquerda e da direita, assim como ex-responsáveis militares, pediram nos últimos dias nos meios de comunicação ao Executivo israelense que leve em conta a possibilidade de declarar uma trégua unilateral, inclusive de curta duração como dois dias, para calibrar a resposta do Hamas ou facilitar as gestões diplomáticas encaminhadas a conseguir uma trégua duradoura.
Países como o Egito, Turquia e Catar, assim como os chefes da diplomacia alemã, francesa, EUA e o Quarteto para Oriente Médio, estão pressionando para conseguir que as partes acordem uma cessação do fogo.
Contudo, Lieberman advertiu contra uma tentativa de remendar a atual situação de conflito e disse que se trataria de uma tentativa temporária que no futuro explodirá.
“Quando você adia o problema e não o resolve, no futuro explodirá… A próxima rodada é inevitável”, concluiu.
Perguntado ao respeito, o porta-voz do departamento de negociações da OLP, Xabier Abu Eid, declarou que Lieberman “impôs suas visões extremistas no governo israelense”.
“É uma pessoa com muitos planos de guerra e nenhum de paz. Parou em frente a Assembleia da ONU para defender a limpeza étnica da população palestina. Tem apetite de mais guerras e não de paz”, ressaltou Eid. EFE
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