Lieberman rompe com Netanyahu e põe coalizão de governo em risco em Israel

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2014 09h35

Jerusalém, 7 jul (EFE).- O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, anunciou nesta segunda-feira a decisão de romper a coalizão de seu partido com o Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O anúncio, feito após uma forte discussão ontem à noite no gabinete de Segurança, representa um sério aviso a Netanyahu e coloca a ampla e heterogênea coalizão de governo em estado crítico.

Segundo a imprensa israelense, Lieberman e Netanyahu discutiram depois de o chanceler recriminar “a resposta morna” que, para ele, está sendo dada ao movimento islamita Hamas após a descoberta, na segunda-feira passada, na Cisjordânia ocupada, dos cadáveres de três estudantes israelenses que estavam desaparecidos há três semanas.

Israel acusa dois membros da ala militar do Hamas, detidos em prisões israelenses, que começou a procurar desde o dia em que os jovens desapareceram em um cruzamento próximo ao bloco de colônias de Gush Etzion.

Nesta operação militar, ainda em andamento, foram detidas cerca de 500 pessoas, a maior parte membros do Hamas na Cisjordânia, e desmanteladas diversas instituições civis e de propaganda vinculadas ao grupo. Sete pessoas morreram , cinco delas baleadas pelo exército israelense, e várias outras ficaram feridas.

Logo após os corpos serem encontrados, Netanyahu afirmou que o plano de resposta teria três fases: encontrar os culpados, destruir a infraestrutura do Hamas, e impedir o lançamento de foguetes a partir da Faixa de Gaza, que aumentou desde que os adolescentes desapareceram.

A resposta dividiu o gabinete de Segurança, com uma facção que exige uma resposta militar mais dura e outra que defende o comedimento.

Além de Lieberman, que vive em uma colônia, se alinham à resposta dura o ministro das Finanças, líder nacionalista e pró-colono, Naftalí Bennet, e na via do comedimento estão a ministra da Justiça, Tzipi Livni, e o de Economia, Yair Lapid.

Junto das ações contra o Hamas, o gabinete de Segurança também aceitou uma proposta do ministro da Defesa, Moshé Yaalon, para construir novas colônias na zona de Gush Etzion, apesar da comunidade internacional considerá-las ilegais.

Sexta-feira, Lieberman criticou com dureza a política de Netanyahu, e afirmou que considerava “um erro” grave negociar com o Hamas para tentar evitar o lançamento de foguetes e salvar a trégua fechada em 2012, mediada pelo Egito, que pôs fim à operação “Pilar Defensivo”.

Segundo números do exército israelense, desde que os jovens desapareceram foram lançados de Gaza mais de 150 foguetes, que causaram danos materiais e ferimentos leves em dois soldados.

A aviação israelense respondeu bombardeando a Faixa, o que matou 12 milicianos do Hamas e do grupo radical palestino “Jihad Islâmica” e uma criança de sete anos. EFE

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