Lisboa vende dívida a 22 anos, o prazo mais longo emitido desde 2009

  • Por Agencia EFE
  • 22/07/2015 09h26
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Lisboa, 22 jul (EFE).- Portugal colocou nesta quarta-feira, com sucesso, 600 milhões de euros em dívida com vencimento a 22 anos, o prazo mais longo leiloado pelo país desde 2009, antes da crise que acabou por levar Lisboa a solicitar o resgate financeiro.

Segundo os dados do Tesouro, os investidores compraram estas obrigações -que vencem em 2037- em troca de uma taxa de juros de 3,51%, número que foi considerado como positivo por diferentes analistas lusos.

A demanda para comprar estas obrigações multiplicou por 1,7 a oferta, reflexo da confiança que atualmente Portugal desperta nos mercados, uma vez que abandonou o programa de assistência financeira assinado com a UE e o Fundo Monetário Internacional em maio de 2014.

Também hoje, Lisboa vendeu outros 900 milhões de euro em títulos a cinco anos, pelos quais pagou uma penalização de 1,42%, mais de um ponto abaixo da rentabilidade exigida pelos investidores em maio para adquirir dívida a seis anos.

O Tesouro colocou desta forma 1,5 bilhões de euros, 250 milhões a mais do que tinha previsto inicialmente para o leilão de hoje.

A emissão aconteceu em um contexto de relativa calma nos mercados, que sucede às turbulências registradas em semanas anteriores pelo temor à saída da Grécia do euro.

A instabilidade gerada então quase afetou Portugal no plano financeiro, já que a pressão sobre sua dívida aumentou de forma leve.

Concretamente, seus títulos a dez anos -utilizados como referência- chegaram a ser cotados a 3,1% nos momentos de maiores tensões, taxa considerada ainda como sustentável pelos especialistas, e já esta semana retornou ao entorno de 2,5%.

Os baixos juros exigidos pelos investidores para comprar dívida portuguesa permitiram ao país contar com um remanescente financeiro suficiente para se proteger durante meses de futuras crises, segundo o governo, que também aproveitou a conjuntura favorável para antecipar o pagamento dos empréstimos concedidos pelo FMI. EFE

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