Londres trabalha para verificar autenticidade de execução de britânico por EI

  • Por Agencia EFE
  • 13/09/2014 21h16

Londres, 13 set (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores britânico afirmou neste sábado que trabalhava “com urgência para verificar” um vídeo supostamente divulgado pela organização jihadista Estado Islâmico (EI) que mostra a decapitação do voluntário britânico David Haines.

“Tomamos conhecimento do vídeo e estamos trabalhando com urgência para verificar seu conteúdo”, afirmou um porta-voz do Foreign & Commonwealth Office sobre a suposta execução de Haines, de 44 anos, que foi sequestrado em março do ano passado.

O vídeo divulgado começa com algumas imagens do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, antes de Haines, vestido com uma túnica laranja e ajoelhado ao lado de outro homem, aparecer na tela.

A vítima olha para a câmera e diz: “O meu nome é David Cawthorne Haines e eu gostaria de declarar que considero David Cameron inteiramente responsável pela minha execução. Cameron juntou-se voluntariamente a uma coligação com os Estados Unidos contra o Estado Islâmico, tal como o seu antecessor, Tony Blair”.

Haines afirma ainda que “infelizmente, somos os britânicos os que acabaremos pagando o preço pelas decisões egoístas de nosso parlamento”.

O carrasco, que fala com aparente sotaque britânico, diz nas imagens que a “aliança com os Estados Unidos” só levará Cameron “e sua gente” a “outra guerra sangrenta e impossível de ganhar”.

O Foreign Office afirmou que “se o vídeo for confirmado” se trata de “outro repugnante assassinato”.

“Estamos oferecendo à família todo o apoio possível. Nos pediram para que sejam deixados sozinhos neste momento”, informou um porta-voz da diplomacia britânica.

Se comprovada a autenticidade, Haines será o terceiro refém executado no último mês pelo grupo extremista, que já divulgou as imagens da morte dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff.

Poucas horas antes do vídeo ser divulgado, seus parentes publicaram através do Ministério das Relações Exteriores britânico uma mensagem para tentar entrar em contato com os extremistas.

Haines foi capturado na Síria quando colaborava com a Agência de Cooperação Técnica e Desenvolvimento (ACTED), após ter trabalhado como voluntário em países como a Líbia e Sudão do Sul.

O Foreign Office, que há alguns dias pediu que não fosse divulgada a identidade do voluntário retido, informou hoje que Haines tem uma filha de quatro anos na Croácia e outra filha adolescente na Escócia, fruto de um casamento anterior.

O britânico tinha atuado no campo da cooperação desde 1999 em trabalhos humanitárias nos Bálcãs, no Oriente Médio e na África, conforme detalhou a Agência de Cooperação.

“ACTED condena com contundência a violência e as ameaças contra David. A vida de um homem nunca deve ser ameaçada por seu compromisso humanitário”, afirmou a organização.

Esta semana, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, afirmou que Londres estudava “todas as possíveis opções” para proteger Haines. EFE

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