Lukashenko indulta 6 opositores antes das eleições presidenciais em Belarus

  • Por Agencia EFE
  • 23/08/2015 08h17

Moscou, 23 ago (EFE).- O presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, indultou ontem à noite seis opositores, entre eles o ex-candidato presidencial Nikolai Statkevich, em meio ao processo de degelo com o Ocidente.

“Guiando-se pelo princípio de humanismo, o presidente de Belarus decidiu indultar e libertar Nikolai Dedka, Igor Olinevich, Nikolai Statkevich, Yevgueni Vaskovich, Artiom Prokopenko e Yuri Rubtsov”, informou neste domingo a agência oficial “Belta”.

Os seis libertados eram considerados presos políticos pela União Europeia (UE), que tinha exigido insistentemente a Lukashenko sua libertação antes das eleições presidenciais de 11 de outubro.

Todos esses opositores foram detidos junto a mais de 600 manifestantes durante os violentos distúrbios que explodiram em Minsk em dezembro de 2010 após controvertidas eleições presidenciais.

Lukashenko, que se apresentará à reeleição após 21 anos no poder, tinha antecipado nas últimas semanas que estava cogitando a libertação de vários opositores como gesto de boa vontade para com o Ocidente.

Statkevich, de 59 anos e que foi condenado em maio de 2011 a seis anos de prisão por organizar os violentos distúrbios pós-eleitorais de dezembro de 2010, se mostrou surpreendido por sua libertação.

“É preciso dizer que eu não pedi perdão. Nunca faria isso. Não esperava que Lukashenko me libertasse antes das eleições”, disse à imprensa local.

Na ocasião, Lukashenko, considerado o último ditador da Europa pela UE, qualificou os distúrbios de tentativa de golpe de Estado e antecipou que a oposição seria castigada com todo o peso da lei apesar das pressões ocidentais.

Recentemente, a UE excluiu 24 bielorrussos da lista de sancionados, entre eles ministros, juízes, reitores de universidade, empresários, jornalistas de meios de comunicação estatais e antigos altos funcionários.

Ao mesmo tempo, decidiu prorrogar o resto das sanções contra Minsk até o final de outubro, ou seja, depois das eleições, alegando que nem todos os presos políticos tinham sido libertados ou reabilitados e que a situação dos direitos humanos não melhorou substancialmente. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.