Lula destaca Unasul e Celac como genuínas entidades de integração regional
La Paz, 22 mai (EFE).- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira a legitimidade da Unasul e da Celac como instituições genuínas de integração latino-americana, ao inaugurar na Bolívia um seminário sobre mudança climática e modelos de desenvolvimento visando a próxima Cúpula do G77.
No discurso, realizado na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, Lula sustentou que a Área de Livre-Comércio das Américas (Alca) era um projeto norte-americano que só buscava “utilizar os países da América do Sul como instrumento de importação dos produtos americanos”.
“Derrotamos a Alca, fortaleceremos o Mercosul, avançamos com a criação da Unasul e da Celac, avançamos com a Alba e aí é importante lembrar que são as primeiras instituições genuinamente sul-americanas e latino-americanas em nossa história”, assinalou.
O Mercosul atualmente é formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, e a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) agrupa Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela, entre outros países.
Lula também relembrou a cúpula regional de dezembro de 2008 em Salvador, quando começou a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) começou a ser gestada porque, disse, foi “a primeira vez que todos os países da América Latina se reuniam sozinhos, sem a presença dos americanos”.
Junto do presidente boliviano, Evo Morales, Lula abriu o seminário “Frente à mudança climática: economia e sociedade para viver bem”, uma das atividades de preparação para a Cúpula do Grupo dos 77 países em desenvolvimento e China (G77) que será realizada em Santa Cruz em 14 e 15 de junho.
Lula também lembrou que ao tomar posse em 2003, colocou “como prioridade da política externa” de seu governo a integração com a América do Sul.
E contou do orgulho que sentiu por ter sido presidente “no mesmo período histórico que líderes da integração sul-americana” como Evo Morales, Hugo Chávez e Néstor Kirchner, “que tanto contribuíram para fortalecer a integração”.
Lula ressaltou as mudanças que aconteceram na América Latina na última década e considerou que a integração sul-americana é “a extensão natural e necessária” destas transformações.
“Podemos trocar investimentos, estabelecer cadeias produtivas internacionais, gerar mais empregos e mais desenvolvimento para o continente. Unidos nos tornamos mais fortes em negociações globais, na luta contra as barreiras que restringem o acesso a mercados, impedindo o desenvolvimento de tantos países”, assinalou.
Segundo Lula, é “significativo” que a presidência do G77 seja exercida pela Bolívia “nesta conjuntura global extremamente difícil para os países em desenvolvimento” e opinou que, aos 50 anos de existência, o grupo deveria buscar “um maior equilíbrio nas relações internacionais”.
Quanto à agenda climática, Lula afirmou que os países da África, Ásia e América Latina têm o desafio de conseguir o desenvolvimento sustentável com o apoio da comunidade internacional e das nações “mais ricas”.
Na Conferência das partes da ONU sobre a Mudança Climática (COP20), que será realizada em Lima em dezembro, a América Latina terá a oportunidade de “demonstrar sua força nas negociações e seu compromisso com a agenda multilateral do clima”, disse o ex-presidente.
O seminário em Santa Cruz de la Sierra, que tem a participação de Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, China e França, termina nesta sexta-feira. EFE
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