“A luta continua”, diz Sanders, que prometeu se manter na disputa democrata

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/06/2016 08h54
EFE Bernie Sanders

Contrariando as expectativas de que abandonaria a disputa pela candidatura democrata à presidência dos EUA, Bernie Sanders disse, na madrugada desta quarta-feira (8), que permanecerá na corrida até a convenção da legenda, em julho. 

“A luta continua”, declarou o senador, que incendiou jovens americanos com a defesa de uma revolução política que acabe com a influência financeira nas eleições do país.

Sanders prometeu se manter na disputa mesmo depois de uma derrota avassaladora para Hillary Clinton na Califórnia. O resultado no mais populoso estado americano era crucial para suas chances de desafiar a vantagem eleitoral da ex-primeira-dama na próxima convenção partidária.

As primárias da última terça-feira (7) deram à Hillary o número necessário de delegados para garantir a nomeação de sua legenda e ampliaram sua liderança em relação a Sanders no voto popular. Cerca de 15 milhões de eleitores optaram pela candidata. O senador teve o apoio de 11,3 milhões de pessoas. Em novembro, Hillary enfrentará Donald Trump, o outsider que tomou de assalto o Partido Republicano.

O presidente Barack Obama telefonou à noite para sua ex-secretária de Estado e a congratulou pela vitória. Obama também ligou para Sanders e concordou em reunir-se com ele, em Washington, na próxima quinta-feira (9). 

“Sei que a luta diante de nós é muito difícil, mas continuaremos a lutar por cada voto e por cada delegado”, declarou o senador. A última prévia democrata será a da capital americana, daqui uma semana. 

Falando a seus apoiadores, Sanders disse que havia recebido um telefonema de Hillary, no qual a parabenizou pela última vitória. Em um sinal das dificuldades que a candidata terá para conquistar seus seguidores, o gesto foi recebido por uma longa vaia. 

O político deixou claro que seu principal objetivo é impedir que Trump saia vitorioso da eleição de novembro. “O povo americano nunca vai apoiar um candidato cujo principal tema é a intolerância, um candidato que insulta mexicanos, muçulmanos, mulheres e afro-americanos. Nós não permitiremos que Donald Trump se torne presidente dos Estados Unidos”, bradou, ressaltando que sua “missão” vai além da determinação de derrotar o republicano e implica “transformar o país”. O senador se apresentou como o líder de um movimento de base semelhante aos que levaram a outras mudanças na sociedade americana no passado, como as relacionadas aos direitos de trabalhadores, negros, mulheres e gays.

Quando o público começou a gritar “Bernie, Bernie”, ele interrompeu: “É mais do que Bernie. Somos todos nós juntos”.

O senador não tem nenhuma possibilidade matemática de vencer a convenção democrata, mas deve usar os milhões de votos que obteve para influenciar a plataforma e os compromissos que serão assumidos durante o evento. Além de Obama, ele se reunirá, na quinta-feira, com líderes democratas na Câmara e no Senado.

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