Macedônia estende estado de emergência na fronteira com Grécia e Sérvia

  • Por Agencia EFE
  • 18/09/2015 20h47

Skopje, 18 set (EFE).- O parlamento da Macedônia aprovou nesta sexta-feira estender até junho de 2016 o estado de emergência nas fronteiras com a Grécia e Sérvia, para deter o fluxo de refugiados e imigrantes.

A medida foi instaurada no último dia 19 de agosto, em princípio pelo período de um mês, depois que centenas de refugiados e migrantes entraram no país através da Grécia, o que causou tensão nas regiões fronteiriças.

Segundo informou a polícia, desde o dia 15 de junho até ontem, 81.649 refugiados e migrantes entraram pela fronteira, o que representa mais que o número de habitantes da segunda maior cidade da Macedônia, Bitola, que tem cerca de 75.000 moradores.

Pelo menos 65.300 dos refugiados são sírios; 5.800 afegãos, 4.000 iraquianos e 2.300 paquistaneses. Os demais provêm principalmente de Palestina, Somália e Bangladesh.

Apenas 49 deles pediram asilo na Macedônia, pois a maioria continua seu trajeto rumo à Sérvia por trem, ônibus ou táxi e segue a rota até chegar a Hungria e Áustria, para terminar na Alemanha.

O governo da Macedônia decidiu que o estado de emergência deve prolongar-se durante o outono e o inverno, porque prevê que a mudança de temperatura complicará as condições dos refugiados.

Apesar de nos últimos dias ter diminuído o número de pessoas que ficam paralisadas na Macedônia, a decisão de alguns países europeus de fechar as fronteiras, como Hungria e Croácia, poderia causar um novo aumento.

O Ministério do Interior informou hoje que, nas últimas 24 horas, 1.870 refugiados e migrantes se registraram ao entrar ao país.

O comissário europeu para a Ampliação e Política de Vizinhança, Johannes Hahn, chegou ontem à noite ao país para avaliar a situação da passagem fronteiriça entre Tabanovce e Sérvia.

O chefe do grupo parlamentar do partido conservador governante VMRO-DPMNE, Ilija Dimovski, disse na sessão do parlamento que os cidadãos da Macedônia têm medo depois que alguns países fecharam suas fronteiras.

“Esperamos que a União Europeia encontre a capacidade para resolver o problema porque tenho medo que se transforme em um conflito local para os Estados mais frágeis da Europa”, declarou Dimovski.

Amanhã o comissário da UE visitará o centro de registro de refugiados na cidade de Gevgelija, localizada na fronteira que separa a antiga república iugoslava da Macedônia com a Grécia. EFE

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