Maduro aceita derrota eleitoral com “moral e ética” do chavismo

  • Por EFE
  • 07/12/2015 08h16
EFE/PRENSA MIRAFLORES Com a imagem de Simon Bolivar por trás

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste domingo que aceita os resultados muito adversos para o Governo das eleições parlamentares com a “moral e a ética do chavismo”, destacando que “triunfou a Constituição e a democracia”.

“Nós vendo estes resultados viemos com nossa moral, com nossa ética, a reconhecer os resultados adversos, a aceitá-los e a dizer a nossa Venezuela, triunfou a Constituição e a democracia, o aceitamos, os resultados exatamente como foram emanados pelo poder eleitoral”, disse Maduro.

O presidente fez estas declarações acompanhado dos candidatos chavistas poucos segundos depois que a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) Tibisay Lucena, anunciou os resultados preliminares das legislativas nas quais a oposição saiu vencedora com 99 deputados, contra 46 do Governo.

Após parabenizar o povo chavista que foi votar nos candidatos governistas, afirmou que a “guerra econômica” triunfou, que assegura é feita pela oposição e a empresa privada contra seu governo para derrocá-lo, causando a escassez de produtos básicos ou inflando seus preços há dois anos.

“Triunfou a guerra econômica, triunfou uma estratégia para vulnerar a confiança coletiva em um projeto de país, triunfou circunstancialmente, o estado das necessidades criado por uma política de capitalismo selvagem, de esconder os produtos, de encarecê-los, é uma guerra sem comparação, sem igual”, assinalou Maduro.

No julgamento do presidente venezuelano, essa guerra econômica que se “recrudesceu” na última semana antes das eleições “inibiu” uma grande porcentagem de eleitores pró-governistas “e mudou as correntes históricas de direção”.

No entanto, apelou ao Governo para impulsionar a economia e substituir “o sistema de renda petrolífera, por um sistema econômico produtivo e autossustentável”.

Maduro disse que o chavismo sempre manteve a vontade de reconhecer os resultados eleitorais e que sempre soube que nadava “contra a corrente”.

Além disso, cumprimentou os venezuelanos que votaram na oposição e lhes disse: “Vocês queridos compatriotas os chamo para a convivência, os chamo para o trabalho (…) chegou o momento de entrar em acordo e parar a guerra econômica contra o país, respeitar as leis da economia”.

Maduro afirmou que, apesar deste resultado adverso, o governo que preside fará todo seu esforço para que se mantenham os programas sociais “e todo o trabalho de proteção do povo”.

Neste sentido, pediu à oposição aglomerada na Mesa da Unidade Democrática (MUD) que “administre muito bem esse triunfo que obtiveram” e que “tomara possam entrar em sintonia com a necessidade de milhões”.

O presidente venezuelano pediu ao povo chavista para reconhecer “em paz” estes resultados e a repensar “muitos aspectos da política da revolução”, para aperfeiçoá-los e torná-los “mais revolucionários, para torná-los mais efetivos”, porque depois da derrota, deve vir “uma nova etapa da revolução”.

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