Maduro afirma que há golpe de Estado em andamento na Venezuela
Caracas, 23 jan (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou nesta sexta-feira que há um golpe de Estado e um “golpe econômico” em andamento no país, sobre os quais apresentará provas nos próximos dias.
“Tenho muitas provas e vou apresentá-las muito em breve, há um golpe econômico e um golpe de Estado em andamento na Venezuela. Convoco o povo à batalha para desmantelar esse golpe econômico, esse golpe de Estado”, disse durante um discurso após uma marcha para comemorar o 57º aniversário da queda da ditadura.
Segundo Maduro, o suposto golpe de Estado é organizado pela “direita” e pela “oligarquia” venezuelana que provocou a “guerra econômica” no país nos últimos dois anos e é responsável pela escassez e o desabastecimento nacional.
“É o mesmo ódio daqueles que nos olham por cima do ombro e desprezaram esse povo a vida inteira. São os mesmos que hoje se escondem por trás de um discurso para impor ao povo uma guerra econômica e eu venho isso denunciando há dois anos. Esta oligarquia não pode voltar nunca mais nunca ao poder político em nossa pátria, aconteça o que for, o povo tem que ser o poder”, disse.
Segundo o líder, quem está por trás dos planos de golpe de Estado e econômico são os mesmos grupos de poder que tentaram derrubar seu antecessor, Hugo Chávez, e que promoveram os protestos antigoverno que ocorreram há quase um ano e deixaram 43 mortos, segundo números oficiais.
“Não valia a pena chamar para o diálogo. É claro que vou continuar dialogando, as portas de Miraflores (palácio presidencial) estão abertas para todos que quiserem dialogar, para todos os que quiserem trabalhar, mas devo ser franco com vocês”, disse o líder durante o ato chavista chamado “Marcha dos invictos”.
Desde que Maduro assumiu o poder, em 2013, denunciou em diversas oportunidades a existência de uma “guerra econômica” por parte de grupos econômicos e políticos que provocaram uma inflação induzida que superou os 60% em 2014 e uma contração de quase 3% na economia.
A tese da “guerra econômica” foi contrariada por empresários e opositores ao governo, que atribuem os problemas do país às políticas governamentais de controle do mercado e ao modelo socialista liderado por Maduro. EFE
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