Maduro apresenta vídeo que envolve candidato dos EUA com distúrbios de 2014
Caracas, 19 ago (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apresentou na madrugada desta quarta-feira um vídeo no qual um dos acusados de esquartejar uma mulher em Caracas assegura que recebeu, através de intermediários, dinheiro do candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Marco Rubio, para financiar os protestos de 2014.
José Rafael Pérez Venta, que no vídeo diz ter pertencido aos partidos opositores Vontade Popular (VP) e Aliança Bravo Povo, diz que tanto Rubio como a também republicana Ileana Ros-Lehtinen fizeram-no chegar dinheiro através de uma pessoa chamada Betti Grossi, uma quantia que não especificou nem explicou como sabia que procedia dos políticos americanos.
Venta assegurou também ter recebido “uma contribuição de US$ 1 mil” de parte de Phil Laidlaw, a quem identificou como encarregado de negócios da embaixada americana na Venezuela, e que teria utilizado Gaby Arellano, reconhecida dirigente estudantil e integrante do VP, como intermediária.
Maduro sustentou nesta terça-feira em seu programa semanal de rádio e televisão que tanto Venta como outro dos capturados pelo esquartejamento da mulher em Caracas serviram de seguranças para os principais líderes da oposição venezuelana.
“Este grupo, que estava conectado ao mais alto nível de líderes da direita na Colômbia, e da direita venezuelana (…) tinham planos para assassinar líderes conhecidos da política, da direita da oposição, e da revolução”, acrescentou Maduro.
No vídeo, Venta diz que, em uma data sem especificar, esteve no estado de Táchira (oeste) onde recebeu “dinheiro vindo da Colômbia implementado por algumas pessoas que manejavam o conhecimento de fabricação de explosivos (…) e a colocação deste tipo de artefatos”.
Além disso, afirma que no país vizinho se reuniu com o ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), assim como com Oscar Ivan Zuloaga, um de seus ministros.
Em outro trecho do vídeo, Venta garante que o ataque à sede do Ministério Público em Caracas após a marcha antigovernamental de 12 de fevereiro de 2014, dia que representou o começo da onda de protestos, foi preparado pelo líder do VP, Leopoldo López, preso acusado desses incidentes.
Também estiveram envolvidos, segundo o delator, a ex-deputada María Corina Machado e o prefeito metropolitano de Caracas, preso sob prisão domiciliar acusado de conspiração, Antonio Ledezma.
Por sua parte, o secretário-executivo da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, declarou que as acusações sobre os vínculos da oposição com Venta e os outros acusados pelo esquartejamento “refletem a quebra moral” do governo. EFE
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