Maduro chama Obama para diálogo sobre Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 15/03/2014 23h44
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Aldo Rodríguez Villouta.

Caracas, 15 mar (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs neste sábado em um evento cívico-militar, às vésperas de uma nova manifestação de opositores, que os Estados Unidos nomeiem um emissário para tratar junto de seu governo e da Unasul da crise nacional que já deixou pelo menos 28 mortos em um mês.

O emissário venezuelano será o presidente do parlamento, Diosdado Cabello, e também participará do diálogo a União de Nações Sul-americanas (Unasul), afirmou Maduro a milhares de civis e militares reunidos em uma esplanada militar de Caracas, em discurso reproduzido obrigatoriamente em cadeia nacional de rádio e televisão.

A Venezuela sofre desde 12 de fevereiro de uma onda de protestos diários contra as políticas de Maduro, que em alguns casos degeneraram em episódios violentos que já deixaram um saldo de pelo menos 28 mortos, entre ativistas, civis e policiais.

Maduro acusou os Estados Unidos, que negaram a acusação e apontaram abusos contra os direitos humanos na Venezuela. Mas se dirigiu diretamente ao presidente Barack Obama no discurso:

“Eu falo a Obama: presidente, aqui fala o humilde presidente da Venezuela, este humilde motorista de caminhão da mesma cor que tem avôs africanos, igual a você, eleito com os votos do povo. Vai autorizar um plano de golpe de Estado?”, questionou.

“Com todo respeito digo: sei que em seu escritório há esse conjunto de recomendações, algumas delas extremistas”, continuou, após advertir que sua morte e queda desencadeará uma crise regional e não só nacional.

“Obama, que não te coloquem em um beco sem saída que poderia derivar em um conflito armado que significará para os Estados Unidos um revés pior do que o do Vietnã”, disse após garantir ter recebido a informação de “jovens” que trabalham na Casa Branca sobre supostos planos para derrubá-lo e matá-lo.

“Presidente Obama: dê uma oportunidade à paz, ao respeito e criemos a base para um novo tipo de relações entre EUA, Venezuela e se possível América Latina e Caribe no resto do século XXI. Que acabem os golpes de Estado, as intervenções militares, a ameaça e o uso da força contra os povos!”, arrematou o governante venezuelano. EFE

arv/cd

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