Maduro critica na ONU “soluções capitalistas” para os problemas climáticos
Nações Unidas, 23 set (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou nesta terça-feira na ONU a falta de vontade dos países ricos para lutar contra as mudanças climáticas e questionou “as soluções capitalistas” propostas por eles para resolver o problema.
“Vemos com estupor como os principais responsáveis pela mudança climática e de suas terríveis consequências carecem da mais mínima vontade política para deter e reverter um mal de dimensões planetárias”, afirmou Maduro em seu discurso na Cúpula do Clima das Nações Unidas.
O presidente venezuelano lamentou que os países ricos continuem “propondo soluções capitalistas, com o velho modelo de destruição, para responder aos gravíssimos problemas que criaram nos últimos 100 anos”.
“Alguém pode crer (…) que as corporações transnacionais podem se transformar, de um dia para o outro, em protagonistas da salvação do planeta?”, perguntou Maduro.
“Desde a nossa América, levantamos nosso protesto e indignação contra esses modelos que agora tratam de chamar de economia verde”, ressaltou.
Maduro afirmou que as propostas dos países industrializados atentam contra o progresso das nações em desenvolvimento e “querem disfarçar as mesmas fórmulas capitalistas tomando as bandeiras dos movimentos ecologistas”.
Por isso, defendeu que a mudança climática, que definiu como “a principal ameaça de sobrevivência humana para este século”, é uma consequência fundalmental da “crise de um modelo civilizatório capitalista”.
O presidente venezuelano citou em seu discurso o americano George H. Bush para ilustrar a reticência de Washington e outras capitais a mudar de modelo.
“Infelizmente ainda não vemos a luz no final do túnel. A crise ambiental que hoje padecemos está definida por uma realidade alarmante. Enquanto isso, todos os fatores que incidem na destruição do planeta avançam aceleradamente e seguem sem tomar as medidas inadiáveis e necessárias de controle ambiental”, destacou.
Maduro disse que “a natureza vem nos dando sinais claros do estado de gravidade, mas os poderosos do mundo não fazem outra coisa a não ser agredí-la sistematicamente”. EFE
mvs/lvl
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