Maduro descarta reabrir fronteira com a Colômbia sem a paz se restabeleça
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, descartou neste sábado (22) que possa dar marcha ré e anular sua ordem de fechar a fronteira com a Colômbia em um trecho usado por contrabandistas e paramilitares. O político anunciou ainda que a reabrirá só quando a paz se restabelecer naquela região.
Haverá uma reunião para debater o assunto na próxima quarta-feira (26) com as chanceleres da Colômbia, María Ángela Holguín, e Venezuela, Delcy Rodríguez. “Vamos levar uma agenda” nesse sentido, disse Maduro em um ato com operários petroleiros de seu país.
Será uma agenda, insistiu, para “restabelecer a normalidade, a paz e a legalidade na fronteira e até que não se restabeleça eu não vou reabrir essa fronteira”, falou. “Até que não se restabeleça e deixem o ataque desde a Colômbia contra nossa economia seguirá fechada”, insistiu.
No marco de medidas adotadas recentemente contra a insegurança e o contrabando, consta o fechamento desde esta semana e por tempo indefinido de um trecho de cerca de 100 quilômetros da fronteira com a Colômbia de mais de 2,2 mil quilômetros.
Maduro justificou a medida por uma emboscada que na última semana deixou três soldados e um civil feridos. Além de uma persistente fuga de alimentos, remédios e combustíveis, que são contrabandeados à Colômbia desabastecendo a Venezuela, e também para encarar o crime organizado e o paramilitarismo colombiano, sustentou.
O presidente venezuelano expressou seu desejo que após a reunião das chanceleres possa fazer o mesmo com o presidente do país vizinho, Juan Manuel Santos. Maduro voltou, inclusive, a citar o antecessor de Santos, Álvaro Uribe (2002-2010), como responsável por uma “guerra econômica” ao acusar o político de ter se aliado aos opositores venezuelanos.
Além do contrabando de produtos alimentícios, medicinais e combustíveis, Maduro denunciou que agora “estão levando até o papel-moeda” para deixar a Venezuela sem dinheiro circulante. “Um bilhete de 50 bolívares vale 150 e 200 bolívares. É uma guerra econômica aberta e é dirigida por Álvaro Uribe Vélez com os paramilitares”, ressaltou após condenar que alguns de seus opositores nacionais estejam aliados com “a direita internacional”
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