Maduro diz que imigração colombiana está colocando seu país no “limite”
Caracas, 20 ago (EFE).- O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira que seu país está chegando “ao limite” para suportar a imigração em massa de colombianos, que “só é comparável” a saída de africanos e asiáticos rumo a Europa.
Em discurso no Palácio de Miraflores, transmitido na rádio e na TV, o presidente falou dos problemas na fronteira com a Colômbia um dia depois de três militares e um civil serem feridos aparentemente por contrabandistas em uma região da fronteira.
O presidente assinalou que, enquanto no ano passado 160 mil africanos chegaram ao velho continente, à Venezuela recebeu 144 mil colombianos e só de janeiro a julho de 2015 mais de 121 mil colombianos se estabeleceram no país. Além disso, destacou que nos últimos nove anos mais de 800 mil colombianos se instalaram legalmente, quantidade que “poderia dobrar” considerando os imigrantes ilegais que também chegaram nesse período.
“Estamos chegando ao limite para suportar essa emigração em massa. É um povo que vem quase sem educação e sem dinheiro. São os pobres da terra fugidos da violência, da guerra e da miséria e buscando na Venezuela socialista a proteção da seguridade social integral gratuita pública que temos. A Venezuela se transformou em um imã da garantia de direitos sociais para o povo colombiano. Preciso dizer isso e peço a compreensão. Não quero ofender ninguém com a verdade”, disse ele, que pediu à comunidade colombiana no país a “colaborar com a paz e a estabilidade”.
O presidente pediu apoio internacional às organizações de direitos humanos para fazer um plano especial perante o êxodo migratório.
“Estamos na hora de reagir com maior firmeza, mas também maior equilíbrio e mais sabedoria”, disse.
Há dois meses, Maduro afirmou que a Colômbia tinha se transformado em um “exportador de pobreza” para o seu país para onde vão os colombianos em busca de trabalho, saúde e educação. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, respondeu seu colega venezuelano afirmando que a Colômbia não exporta pobreza e tem um modelo econômico que gera prosperidade. EFE
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