Maduro diz que “presidente da Guiana é um grande provocador”

  • Por Agencia EFE
  • 17/07/2015 18h27

Brasília, 17 jul (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira, após o encerramento da cúpula do Mercosul, que o presidente da Guiana, David Granger, que esteve presente na reunião, “é um grande provocador” e atua como “lobista da Exxon”, uma empresa petrolífera dos Estados Unidos.

Durante seu discurso no plenário do Mercosul, Granger pediu o apoio do bloco no conflito que seu país mantém com a Venezuela pela região do Essequibo, que se aguçou depois que a Exxon descobriu reservas de petróleo em águas que, segundo o líder bolivariano, estão na zona de litígio.

Em maio deste ano, após esse anúncio, Maduro assinou um decreto no qual declara como venezuelanas todas as águas marítimas em frente ao litoral do Essequibo, o que motivou uma dura resposta da Guiana.

Após a cúpula de Brasília, Maduro pediu que Granger se atenha ao determinado em um acordo assinado em 1966 pela Venezuela e a então Guiana Britânica, um pacto que estabelece uma série de passos para a resolução do conflito, que até hoje não chegaram a ser cumpridos.

“Dentro de Genebra tudo, fora de Genebra nada”, afirmou Maduro em declarações aos jornalistas após o fechamento da cúpula.

“Infelizmente, o presidente Granger é um grande provocador e acredito que sua única missão na presidência da Guiana é provocar a Venezuela, provocar um grande conflito”, opinou o chefe de Estado venezuelano.

Maduro comparou Granger com o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, a quem acusou de ter tentado “no passado, impor sete bases militares dos Estados Unidos que apontavam para a Venezuela”, mas foi “derrotado” e “com a verdade e o apoio da Unasul (União das Nações Sul-americanas) agora temos uma zona de paz”.

Segundo Maduro, Granger “abandonou a Guiana, não está governando a Guiana, que está passando agora por problemas com tremendas inundações, para vagar pelo mundo fazendo lobby contra a Venezuela”.

Durante a cúpula, Maduro anunciou que a Unasul convocará para agosto uma reunião extraordinária para analisar o conflito com a Guiana.

O líder do Paraguai, Horacio Cartes, que hoje assumiu a presidência do Mercosul, confirmou que esse acordo foi estabelecido na cúpula de Brasília e se comprometeu a organizar essa reunião.

Maduro também disse que a cúpula de hoje foi a primeira em que Granger compareceu, já que a Guiana tem status de Estado associado ao Mercosul.

“Espero que ele tenha se dado conta de quem somos no Mercosul e na Unasul e que deixe de se comportar como um lobista da Exxon. Que não venha para provocar. Se quiser governar, que governe, mas deixe de atirar pedras contra a Venezuela”, frisou o presidente venezuelano. EFE

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