Maduro e Santos decidem voltar com embaixadores e abrir investigação

  • Por Agencia EFE
  • 22/09/2015 00h40
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Quito, 21 set (EFE).- Os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiram nesta segunda-feira, durante uma reunião em Quito, o retorno de seus respectivos embaixadores e a abertura de uma investigação sobre a situação da fronteira comum.

Também concordaram em tratar com suas equipes ministeriais “os temas sensíveis” relativos à crise fronteiriça, o que farão a partir de uma primeira reunião que será realizada nesta quarta-feira em Caracas, segundo uma declaração lida pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, ao término da reunião.

A declaração inclui também outros pontos, como “a progressiva normalização da fronteira”, a “coexistência dos modelos econômicos, políticos e sociais de cada país” e “um chamado ao espírito de irmandade e à unidade, propiciando um clima de mútuo respeito e convivência”, além de “continuar trabalhando com o acompanhamento de Equador e Uruguai”.

Os dois presidentes se mostraram satisfeitos com o resultado da reunião, na qual, segundo indicou Santos, foi decidido investigar “alguns incidentes na fronteira de violação do espaço aéreo” colombiano, assim como trabalhar conjuntamente na luta contra os grupos criminosos, o narcotráfico e o contrabando.

O presidente colombiano demonstrou seu respeito às medidas adotadas pelo governo da Venezuela perante a crise, como o fechamento parcial da fronteira e as expulsões de colombianos em situação irregular, mas ressaltou sua exigência de respeito aos direitos humanos de seus compatriotas e disse que foi acordado investigar também o sucedido nestes casos.

Por sua parte, Maduro manifestou sua esperança em que o cronograma traçado para estudar os problemas comuns permita “solucionar” os assuntos que afetam ambos países para benefício de seus respectivos povos e “de toda a região sul-americana”.

O governante venezuelano reconheceu que o encontro com Santos não esteve isento “de complexidades e de dificuldades” devido à delicadeza dos assuntos tratados, “mas demonstramos que com vontade política se pode” encontrar solução aos problemas, assinalou.

Com os acordos alcançados termina uma crise surgida após a decisão do presidente da Venezuela de decretar no último dia 19 de agosto o fechamento parcial da fronteira, ao que se seguiu a expulsão de mais de 1.600 colombianos de território venezuelano, segundo números de organismos da ONU.

Outros 19.000 abandonaram a Venezuela por decisão própria, de acordo com um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. EFE

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