Maduro ordena ações contra outra rede de lojas e a prisão de seus donos
Caracas, 2 fev (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta segunda-feira que ações sejam tomadas contra uma rede de lojas, cujo nome não revelou, além da prisão de seus donos por suposto envolvimento em uma “guerra alimentícia”, uma ação que se soma à intervenção na rede de farmácias Farmatodo, ocorrida ontem.
“Dei ordens precisas ao vice-presidente de segurança e soberania alimentícia (Carlos Osório) para que, em fiel cumprimento da Constituição e da Lei de Segurança Alimentar, ocupe as lojas na madrugada de hoje, regularize o serviço ao povo da Venezuela e detenha os diretores e donos desta empresa”, disse o presidente, sem precisar que medidas exatas serão tomadas.
O presidente fez o anúncio durante um evento com militantes de seu grupo político, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), em Caracas, no qual revelou que os empresários serão investigados “por envolvimento na guerra alimentícia contra o povo”.
Com isso, Maduro segue com suas intervenções em lojas privadas, uma ação que justificou com base na luta contra uma suposta guerra econômica que incidiria na inflação, uma das mais altas do mundo, e no desabastecimento de produtos da cesta básica.
Ontem, o presidente determinou a detenção dos donos de uma rede de lojas, que garantiu “é a ponta da lança da conspiração” econômica.
“Tenho vários conspiradores donos de uma rede de lojas presos no Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) e pedi à promotoria que acelere todas as acusações para que sejam presos por estarem sabotando, com essa rede de lojas, o povo venezuelano”, disse Maduro ontem.
A Farmatodo informou hoje que seus diretores foram intimados a depor na sede do Sebin depois que foram alvo de uma fiscalização por parte da Superintendência de Preços Justos e do próprio Sebin, o que levou à abertura de um procedimento administrativo.
A rede de farmácias, com mais de 160 lojas em todo o país, que garante ter passado por mais de 60 inspeções apenas no mês de janeiro, informou que está “permanentemente à disposição das autoridades para que fiscalizem” suas operações.
Durante os últimos meses, a Venezuela experimentou uma crise de escassez e desabastecimento, o que provocou longas filas nas lojas que dispõem dos poucos produtos básicos, como alimentos e artigos de higiene pessoal.
Os comerciantes atribuem a crise aos problemas de alocação de divisas para a importação de produtos e matérias-primas, enquanto o governo responsabiliza os empresários de tentarem criar uma “percepção” de escassez para “irritar” os venezuelanos como parte de uma “guerra econômica” que tem como objetivo tirá-lo do poder. EFE
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