Maduro se mostra disposto a retomar diálogo com os EUA, mas pede respeito
Caracas, 15 jan (EFE).- O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira que seu governo está disposto a retomar o diálogo com os Estados Unidos sobre a “base do respeito mútuo” para caminhar em direção a uma “relação positiva” com esse país, após uma série de desencontros no último ano que esfriaram as relações bilaterais.
“Sobre o fundamento básico do respeito, é possível retomar os temas conversados por nossos chanceleres”, disse Maduro em referência a um encontro realizado em junho do ano passado pelo secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler venezuelano, Elías Jaua.
No entanto, condicionou o reatamento do diálogo a que “não voltem a ocorrer” incidentes como a suposta recusa do governo de Barack Obama para que o avião presidencial venezuelano sobrevoasse o território americano, um fato que ocorreu em setembro quando Maduro viajava para a China.
“Já chega dessas perseguições, às vezes infantis, de fustigações. O governo dos Estados Unidos precisa rever a fundo suas ações e entender que a Venezuela é agora um país verdadeiramente independente”, afirmou Maduro ao fazer o balanço de sua gestão em matéria internacional diante do Parlamento.
Após afirmar que os EUA deveriam aceitar “de maneira realista o declínio de seu antigo poderio”, argumentou que seu governo gostaria de “ter relações fluentes, de comunicação baseada no respeito mútuo com o governo dos Estados Unidos”.
“Gostaria que em algum momento pudéssemos chegar a um ponto ótimo para, de alguma forma, termos relações positivas com o governo dos Estados Unidos e em geral com a sociedade americana”, acrescentou.
Venezuela e Estados Unidos mantêm as embaixadas apenas com encarregados de negócios desde o final de 2010, quando ficaram sem embaixadores.
Nos últimos meses, a Venezuela cancelou, em duas ocasiões, iniciativas para manter conversas com os Estados Unidos em reação a comentários de funcionários americanos que considerou uma intromissão.
As relações chegaram ao seu pior momento em setembro do ano passado, quando Maduro decidiu expulsar três funcionários da embaixada americana em Caracas por suposta intervenção em assuntos internos. EFE
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